A Praça Castro Alves é do povo como o céu é do avião - dizia Caetano Veloso nos antigos carnavais.

  A Praça da Piedade é dos aposentados desde os velhos carnavais.

  Era.

  Porque os camelôs tomaram os lugares dos aposentados que faziam ponto nos bancos da Praça, expulsaram-nos e ocuparam os espaços com suas barracas, tendas e carrinhos para vendas de pastéis, coco, milho cozido, caldo de cana, laranjada, doces e outros.

  Para o aposentado Ângelo Cordeiro, 75 anos, "estamos sendo esprimidos ou empurrados para fora, pois, quando chegamos aqui para bater nosso papo diário, eles (os camelôs) já tomaram conta de tudo".
 
   Desrespeito com os aposentados que fazem ponto na praça é pouco.

  - Esse é um direito adquirido que temos há anos e agora somos obrigados a ficar em pé ou mesmo voltar para casa - diz um outro aposentado, Sêo Afonso Dantas, de 81 anos, que vai todos os dias a praça.

   OS CAMELÔS

   A rigor, os camelôs tomaram todo o entorno da praça em frente à Avenida Sete e na rua lteral ao lado do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, onde, nos seus passeios se encontram de tudo: uma feira de beijus, milho, requeijão e outros.

   A presidente do Instituto, Consuelo Pondé de Senna, diz que já está rouca de reclamar, mas, infelizmente não é ouvida.