Salvador

PELOURINHO AGONIZA E IPAC NÃO APRESENTA PROPOSTA PARA SUA REANIMAÇÃO

O Pelô Acabou diz uma comerciante
| 10/08/2007 às 16:45
Pátio de restaurante do Pelô, ocupado por desocupados durante o dia (Foto: BJ)
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   A situação do Centro Histórico de Salvador continua preocupando turistas e baianos que desejam uma reanimação do Pelourinho e a resolução de problemas como a prostituição, drogas, excesso de pedintes e a escassez das festas, que estão afastando os seus freqüentadores.
 
  Apesar das constantes pedidos dos turistas, moradores e instituições que zelam pelo local, nenhuma resposta foi dada pelos órgãos responsáveis. O ambulante Humberto Almeida, que trabalha no Pelô desde 1994, acha que o Centro Histórico piorou muito e já não tem o mesmo brilho de anos anteriores.

   "Isso aqui está em decadência. Há uns cinco anos estava bem melhor. Na Praça da Sé só tem prostituta intimando você o dia todo", afirmou o ambulante.

    
   Ele ainda comentou sobre o funcionamento da fonte do Largo Terreiro de Jesus que não estava funcionando. "Não é todo dia que isso funciona. Na maioria das vezes que estou aqui a fonte não está ligada, mas eu já vi funcionando", disse.

   
  Segundo a agente de higienização, Rosinéia Santana, que trabalha pelos pontos turísticos de Salvador vestida a caráter e divulgando o candomblé, contou que a diminuição das festas tem ajudado a afastar os turistas do Pelô. "Está muito fraco. O Pelourinho acabou. As festas terminaram e até a reforma quês estava sendo feita foi paralisada.

  
  Rosinéia ainda criticou a atuação do prefeito João Henrique (PMDB) na conservação do Centro Histórico. "A atuação dele é péssima. Só a limpeza que ainda presta. Nas próximas eleições irei votar em Imbassaí", afirmou.

   SAUDADE DE ACM

   A comerciante Sara de Jesus, 30, afirmou que sente saudade da atuação de ACM à frente do Pelourinho. "Ele que reformou tudo aqui. No tempo dele era bem melhor. Hoje, drogados e muitas crianças pedintes estão espantando os turistas. Eu tenho certeza que se João Henrique se candidatar não irá ganhar de jeito nenhum", opinou Sara.

    
   Salvadore Distefano, proprietário do restaurante italiano La Figa, que substituiu o La Lupa (transferido para a Barra), afirmou que tem esperanças do negócio prosperar porque não tem como a situação ficar pior. Para ele, por causa da quantidade de crianças pedintes, o ideal seria colocar um segurança para cada mesa. "Só está faltando cheirarem cocaína em nossa frente ou matarem a gente na rua", desabafou Distefano.


   PIOR MOMENTO
  
   O presidente do Projeto Cantina da Lua, Clarindo Silva, mesmo depois de uma reunião realizada no dia 18, no Museu Eugênio leal, para discutir a situação do local, ainda uma posição das autoridades com relação ao Centro Histórico.


    "Acredito que esse é o pior momento dos últimos dez anos. Continuamos buscando ações combinadas do governo municipal, estadual e até federal que permitam que o Pelourinho tenha uma vida mais digna. O Pelourinho urge por um pacote de ações que possibilitem aliviar essa nossa situação", concluiu Silva.

    
   Ainda segundo Silva, no próximo sábado, 12, o secretário estadual da saúde, Marcio Meirelles, anunciará esse esperado pacote de medidas que irão aliviar a preocupante situação do Centro Histórico de Salvador. (Repórter - Marivaldo Filho)