Durante sessão especial de audiência pública esta manhã de segunda-feira, 6, na Câmara de Vereadores de Salvador os empreiteiros se uniram à Prefeitura contra as argumentações dos representantes do CREA e IAB no debate sobre a Mansão Wildberger.

   A sessão organizada a pedido do vereador Paulo Câmara (PSDB) por pouco não terminou em agressões. O empreiteiro Nicolau Martins foi para cima do representante do Instituto dos Arquitetos da Bahia (IAB), Paulo Ormindo, com palavras virulentas e precisou a intervenção de terceiros para que não houvesse uma agressão.

   O IAB e o CREA defendem que a Mansão Wildberger seja reconstruída, como também desejam o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual. Os empreiteiros e a Prefeitura advogam a construção de um prédio de 39 andares, de alto luxo, cujo alvará já foi expedido pela Sucom.

   A Sucom não mandou nenhum representante à Audiência Pública. Quem falou em nome da Prefeitura foi o arquiteto Luis Antunes, integrante da Superintendência do Meio Ambiente, o qual, defendeu o empreendimento e os empreitos. Presentes estavam Nicolau Martins e Félix Mendonça Filho.

   Nicolau Martins chegou a dizer que o CREA perdeu seu caráter técnico e virou um órgão político. O vice-presidente do CREA, Carlos Ubiratã, destacou que o CREA tem que analisar todos os aspectos de uma construção levando em consideração o meio ambiente, a questão do patrimônio histórico e o social.

   Também presente o padre da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, padre Luís, que não disse palavra porque também se posiciona ao lado dos empreiteiros, diante de uma provável contra-partida para recuperação da Igreja.

   A reunião foi bastante tensa, dura, e também contou com a presença de dezenas de moradores da Vila Brandão, residentes na encosta da Vitória próximo a ex-Mansão Wildberger. O IPHAN não mandou representante. Apenas uma comunicação formal dizendo que não poderia comparecer a reunião.

   PARECER

   O vereador Paulo Câmara (PSDB) integra a Comissão de Planejamento e Meio Ambiente da Câmara e disse ao Bahia Já que vai dar seu parecer com base na documentação que está em seu poder e também diante dos depoimentos hoje tomados na audiência pública. Seu parecer depois de aprovado na Comissão deverá, portanto, ir a plenário para votação.

   Para ele, a questão ainda está em aberto e comporta mais discussões, pois o tema é muito polêmico e envolve a ocupação de uma área nobre da cidade, com a comercialização de apartamentos com preços acima de R$2 milhões cada uma das unidades.

   TRÊS AÇÕES

   Correm na Justiça três ações do MP e do MPF sobre o caso da Mansão Wildberger todas visando a reconstrução do imóvel e mais uma multa de R$6 milhões.