"É uma bênção, uma alegria sem tamanho", declarou a lavadeira Romilce Santos, 59 anos. No ato simbólico da entrega das escrituras à comunidade, ela recebeu o documento das mãos de Wagner. Romilce mora há 34 anos em Alagados, com dez filhos. "Era uma época muito difícil mesmo para todos nós", disse, lembrando das palafitas sobre a maré poluída pela falta de esgotamento sanitário.
OUTRA REALIDADE
"Meus bisnetos moram aqui hoje em outra realidade", completou a também lavadeira Tibúcia Gomes, 77 anos, exibindo orgulhosa a escritura da casa onde mora. Os títulos foram concedidos sem quaisquer custos para as famílias, nem mesmo quanto às taxas de habilitação ou de registro cartorial.
Conforme dados da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder), a região de Alagados reúne, no total, cerca de 3.500 unidades irregulares. A companhia também está coordenando as ações de urbanização, eliminando as palafitas que fizeram do local um dos símbolos dos bolsões de pobreza no Nordeste.
"Hoje, com a ação do governo, está se regularizando a situação das famílias, num processo contínuo, assegurando não só o direito pleno à moradia, do ponto de vista jurídico-fundiário, mas também realizando investimentos que garantam a qualidade de vida, nos aspectos urbanístico e ambiental, com foco na inclusão social", declarou Alexandra Reschke.
Para o governador, a entrega dos títulos é mais uma das ações do estado que promove o resgate da cidadania dos baianos. "É uma festa da cidadania e nada melhor do que fechar a porta e saber que está debaixo do nosso telhado", declarou, ressaltando que todo trabalho foi realizado com diálogo com a comunidade, que é uma das marcas do governo.