Salvador

GOVERNO TENTA ENCONTRAR UMA SAÍDA PARA SUSTENTABILIDADE DO PELÔ

Por enquanto só agendamento para idéias de um novo modelo
| 03/08/2007 às 19:19
Os comerciantes do Pelourinho se comprometeram a trabalhar junto com os moradores e os governos municipal, federal e estadual para a sustentabilidade do Pelourinho. Esse foi o resultado da reunião com o secretário de Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, que contou com a participação de mais de 100 comerciantes do Pelourinho

Entre eles estavam representantes da Associação dos Comerciantes do Pelourinho (Acopelô), do Fórum Municipal para o Desenvolvimento do Centro da Cidade e do Grupo de Trabalho Melhorando o Ambiente de Negócios no Centro Histórico de Salvador.


"O governo está construindo um modelo de governança para o Pelourinho com a participação tanto das instituições governamentais, como de representações dos moradores, comerciantes e organizações que atuam no bairro", disse o secretário Márcio Meirelles.


Ele informou que os resultados do encontro com os comerciantes, no último dia 30, assim como do encontro com os moradores, realizado em 14 de abril, vão subsidiar a proposta a ser apresentada, em breve, para a sociedade.


Na oportunidade, ficou acertada nova reunião já para o planejamento estratégico no dia 12, junto com a Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), utilizando a mesma metodologia adotada para construção do Plano Plurianual Participativo (PPA), para organizar as prioridades de trabalho e atuação conjunta no Pelourinho. Antes, nos dias 10 e 11, já está confirmado o encontro promovido pelos moradores também para debater as questões do Pelourinho.


Parceria com a sociedade


Depois de ouvir as propostas dos comerciantes, o secretário de Cultura, Márcio Meirelles, reafirmou que a construção conjunta de políticas públicas com a sociedade é o caminho para se buscar a sustentabilidade do Pelourinho, lembrando que, "apesar do Governo anterior ter investido o ano passado R$ 2,8 milhões somente na programação do Pelourinho Dia e Noite, o projeto não se sustentou". Ele lembrou, inclusive da carta endereçada ao poder público em 2001 onde os comerciantes denunciam as mesmas reclamações, o que comprova a ineficiência do modelo de gestão anterior.


A sustentatibilidade do Pelourinho, em sua opinião, virá de uma governança compartilhada e o projeto passa por entender o lugar no contexto do Centro Antigo de Salvador, área que vai do São Bento ao Santo Antônio Além do Carmo, onde vivem mais de 13 mil pessoas.


O secretário falou também sobre a requalificação do comércio e serviços na região e da importância da "cultura como um sistema ecológico que vai ajudar a costurar as ações de segurança, educação, inclusão social, geração de emprego e renda, todas voltadas para o bem-estar e desenvolvimento das pessoas".


Propostas dos comerciantes


Na reunião, os representantes das associações do comércio do Pelourinho entregaram documentos ao secretário Márcio Meirelles com suas propostas. "Sugerimos que se adote no Pelourinho o modelo de gestão proposto em estudo pelo professor Marcus Alban, com a participação de moradores e comerciantes", disse Solange Bernabó. da Oxum Casa de Arte. "Precisamos de segurança, limpeza, iluminação e programa de fomento para atrair visitantes para o Pelourinho", afirmou Ângela Rabelo Leite, da Schone Reise Turismo.


"Nós não queremos subsídios para o nosso negócio, mas precisamos sentar com o governo, pois queremos a preservação do Pelourinho como local tanto para morar como para trabalhar", disse o presidente da Acopelô, Marcos Libânio, explicando que "o Pelourinho vem enfrentando problemas desde 1994 com a diminuição de investimentos do Governo".


Para Clarindo Silva, da Cantina da Lua, "58% das pessoas que visitam o Pelourinho vão levar pessoas de fora, 24% freqüentam o dia da Terça da Benção e 18% somos nós que aqui vivemos e trabalhamos". Ele defende a união dos comerciantes com o poder público e fala sobre a diversidade cultural que pode abrigar no local e, assim, atrair turistas e visitantes.


O artista plástico Murilo, que tem uma galeria ateliê há 10 anos no bairro, sugere que as casas tenham uma ocupação mais cultural e também síndicos de ruas para ajudar na administração. Patrícia Garcia (Albergue das Laranjeiras) propõe destinar casas para residências estudantis, como em Ouro Preto, e assim atrair os jovens