A rebelião chega ao final sem mortes
Terminou a rebelião dos detentos da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, após as negociações entre os amotinados e o capitão PM, Júlio Ferreira Dantas.
As informações ainda são imprecisas sobre o teor do acordo. No geral, os detentos conseguiram a promessa de melhores condições no atendimento à saúde, mais flexibilização nas visitas dos seus familiares e a transferência de 10 presos da área de segurança máxima, a Unidade Especial Disciplinar (UED).
A rebelião chega ao fim sem mortes e sem necessidade de invasão do presídio por partes das forças especiais de segurança, os militares do Batalhão de Choque.
Deixa arranhões nas imagens do coronel Francisco Leite, superintendente de Assuntos Penais da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, sistematicamente desmentido pelos detentos; e no secretário de Segurança, Paulo Bezerra, que dialogou com o comando dos rebelados numa emissora de rádio.
GERENCIADOR
DE CRISES
O Gerenciador de Crises da Tropa de Choque da PM, capitão Júlio, foi decisivo para por fim a rebelião. Hábil, treinado para essa finalidade, conseguiu levar para dentro do presídio Fernanda Gomes Rodrigues, mulher de Maurício Vieira da Silva, o Maurício Cabeção, 32, e Maria de Lourdes, a Lurdinha, mulher do detento Bilú.
Com essa atitude os ânimos dos líderes ficaram mais calmos e as negociações andaram mais rapidamente. A presença da imprensa também foi vital para manter as negociações em bom termo, uma vez que os presidiários temiam represáliasa das forças de segurança.
Nesse momento, 150 visitantes que estavam dentro do complexo penitenciário estão sendo submetidos à revista e atendimento médico. Três ônibus levarão os visitantes para fora do prédio.
A secretária Marilia Muricy disse no final da tarde que a disciplina será mantida no presídio inclusive com o uso da UED, processo que classificou de irreversível.