Salvador

REBELIÃO NO PRESÍDIO DE SALVADOR MOSTRA FRAGILIDADE DA SEGURANÇA

A situação continua tensa e as negociações prosseguirão na quarta-feira, 1º/8
| 31/07/2007 às 20:43
  A rebelião na Penitenciária Lemos Brito, no bairro de Mata Escura, em Salvador, continua pelo menos até amanhã, 1º. A Polícia e a Secretaria de Justiça do Estado não obtiveram êxito com as negociações e os amotinados continuam em pé-de-guerra. 

   Falando com jornalistas e radialistas por celulares alguns detentos exigiram (se é que se pode dizer isso diante da ação tímida das autoridades) além da transferência dos presos que estão na Unidade Especial Disciplinar (UED), melhorias na qualidade do serviço médico e odontológico.

   E mais, chegaram a pedir ao apresentador Zé Eduardo, do Se Liga Bocão, menor rigor na revista de visitas e maior concessão na entrada de alimentos trazidos por parentes em dia de visita.


   Os presos mantêm, desde o início do motim, cinco reféns, sendo três agentes penitenciários e dois detentos considerados de boa conduta. Cerca de 150 outras pessoas estão dentro do complexo penitenciário. Segundo os presos, elas permanecem no local por vontade própria.


    O Superintendente de Assuntos Penais, coronel Francisco Leite, foi sistematicamente desmentido pelos presos e alguns deles disseram que, negociação com o coronel nem pensar.

   Nesta terça-feira pela manhã, parentes dos internos fretaram um ônibus e foram ao Ministério Público conversar com promotores e representantes da Secretaria de Justiça para ver se conseguiam resolver a situação, mas não obtiveram sucesso. Lá, foram informados que a transferência dos detentos da UED depende do coronel Francisco Leite.


   Sobre estes presos, o comando da rebelião exigia inicialmente a transferência de todos os 51 detentos atualmente submetidos ao regime especial. A Secretaria de Justiça, por sua vez, ofereceu como contra-partida a transferência de dez presos. O comando aceita a proposta desde que entre os dez a ser transferidos estejam Josevaldo Bandeira, o Val Bandeira, 30 anos, e Maurício Vieira da Silva, o Maurício Cabeção, 32. A Secretaria respondeu que pode até ampliar o quadro de transferidos, mas não vai liberar os dois presos solicitados pelo comando de rebelião.