A queixa está sendo geral nos bairros e até no centro histórico
Protesto da comunidade de Itapuã durante visita de Lula e neste domingo, 15 (Foto:MF)
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A comunidade de Itapuã vai promover uma manifestação neste domingo, 15, alertando as autoridades baianas para o crescente aumento da violência na cidade do Salvador, sobretudo na região Norte - Piatã, Alto do Coqueirinho, Itapuã, Lagoa do Abaeté, Nova Brasília e outros.
Neste sábado, 14, a Polícia encontrou um veículo incendiado no Alto do Coqueirinho, com dois corpos carbonizados em seu interior. De acordo com a 12ª delegacia, em Itapuã, as duas vítimas eram adultas.
Os corpos ainda não foram identificados e o crime se assemelha ao praticado, na última segunda feira, 9, contra o ambientalista Antonio Conceição dos Reis, integrante do Grupo Nativos de Itapuã.
Durante a visita do presidente Lula da Silva a Salvador, no último dia 12, um grupo representando o Nativos esteve em frente ao Teatro Castro Alves exigindo do governador e do presidente (vide faixa) a elucidação do caso. Mas, não chegou a ser ouvido. Salvo pela imprensa.
A impressão que está passando à sociedade é de que a Polícia está zonza, sem rumo tanto nas investigações de casos que já ocorreram - o crime que vitimou Neylton Souto; o crime do diácono Sérgio Barbosa Fontes - como de novos casos que estão surgindo a cada dia, com assassinatos brutais e pouco presenciados na história da cidade.
Também neste sábado, a Polícia prendeu o dono de uma churrascaria no bairro do Retiro, Paulo Santos Cerqueira, acusado por vigilantes de ser fornecedor de armas para bandidos. A namorada de Paulo, Alice Rocha de Almeida, também foi detida por estar com cocaina no momento da prisão.
O certo é que o aumento da violência está assustando a cidade do Salvador e seus moradores e não se vê, do ponto de vista integrado, uma ação mais efetiva da Secretaria de Segurança Pública.
Pelo contrário, há uma insatisfação generalizada dos policiais civis, dos policiais militares, dos escrivães, dos delegados, dos peritos por melhores condições de trabalho e de salários.
Até na Justiça há desânimo: o juiz Cássio Miranda precisou levantar a voz e protestar em pleno Fórum Ruy Barbosa para que servidores da Casa dessem apoio a audiência em que ouviria envolvidos no crime de Neylton Souto.
Mais recentemente, outro juiz, Moacyr Pita Lima, manifestou desejo de apurar a conduta de uma delegada, Cláudia Ribeiro Pires, da 11ª DP, que não teria ouvido as testemunhas que presenciaram a morte do diácono José Sérgio Barbosa Fontes, crime do qual é acusado um perito da Polícia.