Em sua oração dominical, artigo que é publicado em vários jornais do país, neste 17 (intitulado Não se Negocia a Educação) o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, ressaltou os ideais do padre Antonio Vieira e de Anísio Teixeira e destacou que todos os dias a Igreja ressalta e conclama que a saúde e a educação são direitos de cada cidadão, situando que é "com tais sentimentos e compromissos que acompanha o descompasso da educação neste cidade e no Estado da Bahia".

   O cardeal, uma das vozes mais influentes da Igreja Católica no Brasil, salientou que "há mais de um mês, nossos adolescentes e jovens estão sendo vitimas de uma greve de professores, amargando a incerteza do futuro que a sua juventude aguarda e merece".

   Mais adiante comenta: "Na mesa de negociação, afirmada, por um lado e não reconhecida, por outro, certamente não se levam em conta as consequências para a sociedade de milhares de jovens sem o que fazer, vagando nos shoppings centeres, ruas, na família, marcados pela incerteza e pelo descrédito".

    Dom Geraldo destaca que não se passou um século desde que a Bahia "se curvou a utopia nacional de Anísio Teixeira, que ofereceu reflexão e projetos para elegar a educação à categoria de maior problema brasileiro, requerendo que fosse oferecido a todos e ensejando que ultrapassasse os limites da abastração e da ineficiência".

    Depois de situar que essa visão de Anísio Teixeira se perdeu nas brumas do tempo e criticar duramente o sistema de saúde pública da Bahia, "faltam medicamentos, faltam leitos nas casas de saúde, faltam transporte, falta até algodão", o cardeal fez um apelo ao bom senso e ao Direito para que "em nome da história, em nome da esperança, que a todos nos alimenta, em nome da razão, conclamos educadores e governo, administradores públicos e família, sociedade organizada e cidadãos, que encontremos caminhos e projetos para cuidar de nossa juventude".