Salvador

PROFESSORES MANTÉM GREVE E AMEAÇAM NÃO REPOR AULAS SE CORTAREM PONTO

Greve dos professores do ensino de segundo grau na Bahia completará 40 dias
| 15/06/2007 às 12:26
Assembléia da categoria foi realizada nesta sexta-feira, no ICEIA (Foto:MF)
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    Os professores se reuniram em assembléia realizada na manhã desta sexta-feira (15), no teatro do ICEA, no Barbalho e decidiram continuar com a greve dos educadores da rede estadual que estão paralisados desde o dia 08 de maio. Segundo o sindicalista Rui Oliviera, se o governador mandar cortar o ponto dos professores, a categoria não vai repor os dias de aulas perdidos. 

    Eles mantém à reinvindicação de reposição salarial de 17% e eleições diretas para a direção das escolas.


     A decisão do governo estadual de substituir a negociação pela tentativa de acabar com a greve, através de medida judicial, colocou ainda mais lenha na fogueira e aumentou a temperatura da assembléia. A Justiça deu um prazo de 24 horas para que os professores retornassem as aulas e impôs uma multa diária de 20 mil reais à APLB, atendendo solicitação do governo estadual.

   PC do B SE POSICIONA

    Um clima de revolta e insatisfação dos professores com a postura do governador Jaques Wagner marcou a assembléia dos educadores nesta sexta-feira.

    O vereador Everaldo Augusto (PC do B), professor e diretor da executiva nacional da CUT, também criticou a atitude de Wagner. "É um enorme desgosto eu acordar de manhã, pegar o jornal e ler que o nosso governador quer cortar o ponto dos professores. Eu só quero ver ele fazer isso", desafiou, indignado, o vereador.


    Segundo o professor Rui Oliveira, a avaliação do comando da greve é que o governador agiu mal e que a greve vai continuar até que o governo sente à mesa para negociar. "Wagner foi muito infeliz quando ameaçou os professores. Nós não vamos aceitar nenhum tipo de intimidação e a greve vai continuar. A categoria não acaba o movimento enquanto o governo não discutir", afirmou Oliveira.


     Para a deputada Alice Portugal (PCdoB) está faltando respeito para com os educadores. "Esse é um movimento forte de luta e de guerra. Os professores precisam ser respeitados e não vai ser pela força que eles irão nos vencer. O direito de reivindicar é de todos os trabalhadores", disse a deputada.

     O presidente da CUT-Bahia, Martiniano Costa, falou eu a categoria dos professores é soberana e tem consciência do seu papel. A greve, segundo ele,é o único instrumento de luta dos educadores. "Temos a greve como um reivindicação por melhores condições de vida para os professores e para educação.Não estamos em greve para estabelecer conflito", explicou Costa.


     Na manhã da próxima terça-feira (26), os professores convocarão outra assembléia, agora no Ginásio dos Bancários, para decidir o rumo da greve dos professores da rede estadual de ensino. (Repórter: Marivaldo Filho)