Salvador

DEPUTADO DIZ QUE GOVERNO SINALIZA COM NOVO DIÁLOGO COM OS PROFESSORES

Os professores dizem que se sentem traidos pelo governador Wagner
| 13/06/2007 às 18:39
  O deputado Javier Alfaia (PCdoB) afirmou nesta quarta-feira, 13, em pronunciamento na Assembléia Legislativa que há uma luz no final do túnel, pois, o governo do Estado sinalizou que abrirá negociações com os professores, pelo menos no plano do diálogo, e, portanto, "sinto-me bastante confiante que seja encontrada uma solução". 

  Caso haja avanços nas negociações os professores decidirão o curso do movimento  na próxima sexta-feira.

   Alafaia destacou em seu pronunciamento que não se sente alijado do governo Wagner, como alguns segmentos tentam lhe imputar, e que está consciente do seu papel como parlamentar e como político que tem forte ligações com a categoria estudantil e com os professores.

   Para ele, o governo está sensível ao problema e vai resolver o impasse instalando a mesa setorial com a categoria.

   O QUE ESTÁ 
   ACONTECENDO

   Os professores estão em greve desde o dia 8 de maio. Não aceitaram o reajusta salarial proposto pelo governo entre 4.5% e 17.28%, escalonados.

   A última assembléia geral da categoriaestá prevista para sexta-feira, 15, às 9 horas, no Teatro do ICEIA, no Barbalho. 

   Nesta quarta (13) a categoria participou do debate sobre o Piso Nacional, no Colégio Dois de Julho


   Quinta-feira (14, às 9 horas, estará presente no 1º Seminário Estadual da Política Nacional da Educação, na Fundação Luiz Eduardo Magalhães


   Ação Civil Pública


   A Ação Civil Pública do governo foi impetrada enquanto os professores estavam na Assembléia Legislativa lutando pela aprovação da Emenda de autoria do deputado Javier Alfaya - que propunha o reajuste de 17,28% para toda a categoria.


   Os professores sentiram-se traídos pelo governo, tanto por impetrar a Ação Civil Pública durante as negociações e quando a categoria ainda tentava conquistar o reajuste via parlamentar, quanto pelo método ortodoxo de querer resolver uma reivindicação de um segmento que sempre buscou a democracia e por isso apoiou a eleição do atual governador.


   Os educadores estaduais, no entanto, deram uma resposta firme à insensibilidade do Governo Jaques Wagner e afirmaram não ter medo da ameaça do governo que, intempestivamente, entrou na Justiça com uma Ação Civil Pública que determina a cobrança diária de multa de R$ 20 mil, ameaça prender sindicalista e cortar ponto de grevistas, caso professores e professoras não retornem às aulas em 24 horas.

    A citação foi entregue pela Justiça à APLB-Sindicato no início da noite de 29 de maio. Imediatamente a entidade entrou com recurso, que será julgado pela Justiça. O Agravo de número 27110-9/2007 foi entregue no Tribunal de Justiça e teve como relator o desembargador Antonio Pessoa. O sindicato aguarda o julgamento da ação. Na sexta-feira, 8, finalmente a imprensa leu com atenção o texto enviado pelo sindicato e por isso as matérias deste sábado.


   Indignados e decepcionados com a ação do governo que se denomina popular, mas que criminaliza um movimento reivindicatório, os educadores mantêm a greve, iniciada em 8 de maio.


   A Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central sindical do País, enviou carta de apoio à greve dos professores e professoras do Estado da Bahia e repudiou a ação do Governo Jaques Wagner. A Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE) também manifestou solidariedade aos educadores e criticou a insensibilidade do governo que há seis meses encheu de esperanças o povo baiano. Representantes das duas entidades nacionais tentam intermediar a questão.