Os professores estaduais da rede de ensino do segundo grau decidiram agora a pouco manter a greve diante do que consideraram "uma resposta firme à insensibilidade do Governo Jaques Wagner.
Quase três mil educadores afirmaram não ter medo da "ameaça do governo que, intempestivamente, entrou na Justiça com uma Ação Civil Pública que determina a cobrança diária de multa de R$ 20 mil, caso professores e professoras não retornem às aulas em 24 horas".
A citação foi entrgue pela Justiça à APLB-Sindicato no início da noite de terça-feira. Imediatamente a entidade entrou com recurso, que será julgado pela Justiça.
CRIMINALIZA
Indignados e decepcionados com a ação, que criminaliza um movimento reivindicatório, de um governo que se denomina popular, os educadores mantiveram a greve, iniciada em 8 de maio.
Nesta sexta-feira e na segunda haverá reuniões nas zonais da capital e assembléias nos municípios do interior do Estado. Nova assembléia geral será realizada na terça-feira, 5 de junho, às 9 horas, no ginásio de esportes do Sindicato dos Bancários, na Ladeira dos Aflitos, em Salvador.
Após a assembléia geral de hoje, os educadores saíram em passeata até a Praça da Piedade.
CUT
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central sindical do País, enviou carta de apoio à greve dos professores e professoras do Estado da Bahia e repudiou a ação do Governo Jaques Wagner. A Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE) também manifestou solidariedade aos educadores e criticou a insensibilidade do governo que há seis meses encheu de esperanças o povo baiano.
A Ação Civil Pública, além da multa, prevê prisão para o coordenador geral da APLB-Sindicato, professor Rui Oliveira, se a greve continuar; prevê corte de ponto dos grevistas e outros itens truculentos.
A APLB-Sindicato repudia a ação do governo porque considera o direito de negociação para os servidores públicos e irrestrito direito de greve são componentes essenciais das mudanças construídas pela luta dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, a APLB-Sindicato lembra que as reuniões com o secretário da Educação, Adeum Hilário Sauer, começaram ainda em janeiro.
Outras audiências foram feitas com outros integrantes do governo, tudo para que as questões relacionadas à educação fossem resolvidas. No entanto, o governo não deixou outra alternativa para a categoria a não ser a greve.
Os educadores da Bahia não aceitam a reposição salarial proposta pelo governo e aprovada na quinta-feira, 24 de maio, pela Assembléia Legislativa.
APENAS 4.5%
A categoria está extremamente insatisfeita com o reajuste de apenas 4,5% para os professores licenciados. O governo, com essa medida, divide os trabalhadores e desrespeita a relação interníveis, vez que os professores não licenciados ou com licenciatura curta terão um reajuste de 17,28% .
A APLB-Sindicato defende um reajuste salarial de 17,28% para toda a categoria e lembra ao governo que, de acordo com estatísticas do Dieese, as perdas salariais acumuladas nos último 12 anos ultrapassam os 80%.