Numa demonstração de que não está interessado em atender as reivindicações dos educadores da rede estadual, o Governo do Estado da Bahia entrou com Ação Civil Pública na 5ª Vara da Fazenda Pública para que professores e professoras retornem imediatamente às salas de aula, sob pena do Sindicato ser obrigado a pagar R$ 20 mil diariamente como multa.
O deputado Tarcísio Pimenta (DEM) destacou no plenário da Assembléia que se trata de uma medida que não condiz com a conduta do governador Jaques Wagner (PT), o qual, sempre pautou sua conduta e carreira política através do sindicalismo, e agora quer acabar com os movimentos sindicais pela via judicial.
- Esta é uma atitude de vingança de quem não deseja o diálogo, mas, sim, acabar com o sindicalismo - atesta o deputado.
A APLB-Sindicato entrou com recurso no Tribunal de Justiça para tentar barrar a ofensiva do Governo Jaques Wagner. Este fato novo deve impulsionar ainda mais o movimento no sentido da coesão e da unidade na conquista das reivindicações. Nesta quinta-feira, 31, haverá uma nova assembléia geral no ginásio de Esportes do Sindicato dos Bancários, Ladeira dos Aflitos, para decidir o que fazer.
NÃO ACEITAM
Segundo a APLB, os educadores da Bahia não aceitam a reposição salarial proposta pelo governo e aprovada na quinta-feira, 24 de maio, pela Assembléia Legislativa.
A categoria está extremamente insatisfeita com o reajuste de apenas 4,5% para os professores licenciados. O governo, com essa medida, divide os trabalhadores e desrespeita a relação interníveis, vez que os professores não licenciados ou com licenciatura curta terão um reajuste de 17,28% .
A APLB-Sindicato defende um reajuste salarial de 17,28% para toda a categoria e lembra ao governo que, de acordo com estatísticas do Dieese, as perdas salariais acumuladas nos último 12 anos ultrapassam os 80%.
Se queremos uma educação comprometida com a transformação social, se desejamos tirar a Bahia da condição de campeã em número de analfabetos, devemos apostar numa gestão verdadeiramente democrática e que valorize os profissionais da educação.
ALFAIA, O TRAIDOR
Enquanto o deputado Javier Alfaya (PCdoB) que já foi presidente da UNE - União Nacional dos Estudantes e do DCE - Diretório Central dos Estudantes da Bahia prestou solidariedade aos professores, alunos e funcionários da USP em greve contra atitudes do governador de São Paulo, José Serra, está sendo chamado de traidor pelos professores baianos e foge deles como diabo foge da cruz.