A situação é grave no atendimento às emergências médicas no Estado
A situação mais crítica é no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana (F?G)
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É grave a crise no atendimento de emergência nos hospitais da Rede de Saúde Pública do Estado devido a ausência de especialistas em cirurgia e anestesia, diante das substituições dos profissionais da COOPAMED por médicos contratados pelo REDA - Regime de Direito Administrativo.
Em Salvador, em Feira de Santana, em Jequié, em Itabuna e outras cidades bases estão ocorrendo problemas graves. Alguns pacientes estão morrendo na porta dos hospitais como aconteceu com o jovem Diego dos Santos Souza, 16 anos, que tomou um tiro no abdôme, no bairro da Cidade Nova, em Feira de Santana, no último dia 12 e faleceu na ambulância em frente ao Hospital Clériston Andrade.
Em Salvador, no último final de semana muitos pacientes foram rejeitados nos Hospital Geral do Estado e Hospital Roberto Santos porque não havia médicos cirurgiões nos plantões. Até pacientes que precisavam de atendimento clínico retornaram para casa ou procuraram hospitais particulares e postos de saúde do município.
O diretor do HGRS, Roberbal Gonzales, disse a TV Bahia esta tarde que, de fato, ocorreram alguns problemas, mas, próprios dessa fase de transição da COOPAMED para o REDA. Mas, que haverá superação a partir de hoje.
IRRESPONSABILIDADE
Para o deputado Tarcísio Pimenta (DEM), o qual, acompanhou o caos no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, o maior do interior, o que está acontecendo "é uma irresponsabilidade absoluta desse atual secretário da Saúde, Jorge Solla, que está desmatelando o sistema de saúde pública implantado no Estado".
Tarcísio afirmou ao Bahia Já que, somente em Feira de Santana, desde que Solla assumiu a saúde pública já morreram dezenas de pessoas e que ele já denunciou isso ao Ministério Público, a OAB, e ninguém toma uma providência. "Vou, de novo, ingressar hoje com um pedido de apuração junto ao MP" - confidenciou.
Destacou ainda, ao Bahia Já, que, só no último fim de semana morreram duas pessoas em frente ao Clériston, dentro de ambulâncias, por falta de atendimento, Além de Diego, morreu, também, um paciente de Santa Bárbara que chegou à porta do hospital numa ambulância do deputado Fernando de Fabinho.
Além disso, encontra-se em estado gravíssimo a paciente Telma de Araújo que foi deslocada para a clínica São Mateus.
DEMISSIONÁRIOS
Segundo Tarcísio estão demissionários o diretor geral do Hospital Clériston Andrade, Wagner Bonfim, e a vice-diretora médica Tânia Holtz porque, ambos, não concordam com a política estatizante implantada pelo secretário Solla.
A SESAB está tentando resolver a crise que se instalou em Feira de Santana contratando as clínicas particulares São Mateus e EMEC para atender essas emergências, mas, segundo Tarcísio essas clínicas não querem prestar os serviços porque não têm garantia de que vão receber o dinheiro do Estado.
SEM CIRURGIÕES
Para um médico Sesabiano que preferiu não se identificar, como era de se prever o processo de seleção do REDA implantou o caos na saúde da Bahia. Em Feira de Santana somente 4 cirurgiões aderiram ao REDA e já desistiram dos contratos, não há cirurgiões gerais para atender o SUS em Feira.
No HGRS as escalas de plantão estão todas incompletas, faltam principalmente: cirurgiões, anestesiologistas e neurologistas. Muito dos profissionais que fizeram a seleção para o REDA não estão assumindo os cargos ou então desistindo dos plantões. infelizmente a SESAB esta praticando uma política de saúde equivocada, misturando assuntos de carater profissional com outros de cunho partidário e filosófico e não admite contestação.