Salvador

SEXTA FEIRA SANTA COMEMORADA COM FÉ E NOVOS HÁBITOS NAS CIDADES

Velha tradição de somente orar desapareceu. Até Hugo Chaves foi vencido.
| 06/04/2007 às 17:13
Fiéis subiram o Morro de Serrinha e oraram ao pé da santa cruz (Foto: ABJ)
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O Papa Bento XVI concelebrou nesta sexta-feira (6) a missa da Sexta-Feira Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e, ao cair da noite, presidirá a Via Crúcis no Coliseu, no centro de Roma.

    Em Salvador, o cardeal Geraldo Majalla, celebrou a missa da Sexta-Feira Santana na Catedral Basílica e em Feira de Santana, o arcebispo dom Itamar Vian, fez o mesmo ato na Catedral de Senhora Santana. 

    Tanto em Salvador como em várias cidades do interior o dia reservado a Sexta Feira Santana não mantém as tradições das décadas passadas. Os bares e restaurantes funcionaram, normalmente, e os pedidos da Igreja para que houvesse contenção na gula não foram respeitado pela maioria das famílias. Pelo contrário, comeu-se e bebeu-se vinho à mancheia.

     MORTE DE JESUS

    A celebração cristã lembra dia a morte de Jesus na cruz e, no domingo, a Páscoa para recordar sua ressurreição.


     Como manda a tradição, não foi o Papa que pronunciou a homilia e sim o pregador da casa pontifícia, o padre Raniero Cantalamessa, que pediu para que haja lugar para as mulheres na sociedade.


 VERSÃO DA IGREJA

     Nenhuma mulher esteve envolvida, nem mesmo indiretamente, na condenação de Jesus", afirmou.


     "As mulheres o seguiram pelo que era, pela gratidão que receberam d'Ele, e não com a esperança de fazer carreira".


      A presença de mulheres em torno de Jesus "contém hoje em dia um ensinamento vital para todos nós: nossa civilização dominada pela tecnologia necessita de um coração para que o homem possa sobreviver.


     Devemos dar lugar às 'razões do coração' se quisermos evitar que nosso planeta, enquanto esquenta fisicamente, mergulhe espiritualmente numa era glacial", comentou padre Cantalamessa.
 
     EM SERRINHA

    No município de Serrinha a 187 km de Salvador, após a procissão do Fogaréu, que foi realizada na última quinta feira, à noite, parte da população católica participou da Via Crúcis no Morro do Fundo, uma tradição que data de 1922.

     Centenas de pessoas subiram o morro que fica a 576 metros acima do nível do mar e donde se tem uma visão privilegiada da cidade. Muitos fiéis fizeram o percurso colocando pedras nas 14 cruzes da via e alguns deles realizam parte de trechos de joelhos.

      No alto do morro há um cruzeiro onde as pessoas oravam e faziam promessas.

      FESTA PROFANA

      O bispo da localidade, dom Otorrino Assolari, condenou a postura de pessoas que, no acesso ao Morro, bairros da Bomba e da Coruja, se utilizaram da movimentação dos fiéis no local para venderem bebidas alcoólicas. Há, ao longo desse intinerário ações profanas que não respeitam o dia sagrado da Sexta Feira Santa.