A sexta-feira santa foi marcada por ambiente de tristeza nas localidades atingidas pela Maré Vermelha que matou 60 toneladas de peixe, e deixou desolados moradores de várias localidades do entorno da Baía de Todos os Santos, no Recôncavo.

    Nessas localidades a descrença é grande em relação aos resultados do laudo apresentado pelo CRA afirmando que a tragédia ambiental foi provocada pela Maré Vermelha, sem apontar os agentes provocadores dessa onda com a poluição explícita que se vê praticada por indústrias e Petrobrás.

    Em Salvador, prejuízos no Mercado Municipal de Frutos do Mar, em Água de Meninos. Com a queda de até 70% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado, no local as reclamações são constantes, especialmente por conta da forma como o assunto foi divulgado.

   De acordo com o administrador do Mercado e diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes e Ambulantes de Salvador (Sindifeira), Jorge Valentim, o maior problema foi a disseminação da idéia de que todo o pescado vendido na capital estaria contaminado. "Nós vimos muitas matérias irresponsáveis afirmando que ninguém iria poder comer peixe nesta Semana Santa, o que prejudicou demais as vendas em toda a cidade", diz.

    Segundo Valentim, todo o pescado comercializado no Mercado, e em outros locais de venda da cidade, vem de fora do Estado, não sendo, portanto, afetado com a contaminação da baía. "Todos os boxes têm informação sobre a origem dos peixes, inclusive com as notas fiscais de compra afixadas à vista do público, mas muita gente ficou com receio de comprar", afirma.

    Neste ano, o Mercado comercializou um total de 200 toneladas de peixe ao longo desta semana, que é tradicionalmente a que tem o maior volume de vendas em todo o ano. Em 2006, foram 800 toneladas vendidas pelos 46 boxes em funcionamento no Mercado. Em outros períodos do ano, a média de vendas fica em 100 toneladas semanais.