A diretora geral do Centro de Recursos Ambientais do Estado, Bete Wagner, afrimou hoje num programa de TV que ainda não tem a data para divulgar os laudos que apontarão as causas da mortandade de milhares de peixes nas praias do Recôncavo. Bete foi evasiva, considerou a mortandade uma "tragédia ambiental", disse que está havendo um esforço concentrado de várias secretarias de governo para ajudar as famílias de várias localidades, inclusive com a distribuição de cestas básicas, mas, não informou o essencial: quem casou a tragédia.

  Segundo Bete, pela dimensão da "tragédia ambiental" está descartada a possibilidade de ser apenas pelo uso da pesca por bombas. Mas, que o governo através do CRA está fazendo mais investigações para dar o resultado das amostras com precisão.

MAIS REUNIÕES 

  Segundo o site do CRA, o diretor de Fiscalização do Centro de Recursos Ambientais, o engenheiro químico Ronaldo Martins, mais uma equipe de técnicos do órgão estiveram reunidos  na manhã de hoje, dia 22, juntamente com a diretoria da Hydros - empresa de consultoria que recentemente realizou um diagnóstico para o CRA sobre a Baía de Todos os Santos -  para analisar os primeiros resultados dos laudos técnicos que começaram a chegar ao CRA encaminhados pelo laboratório do Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro - Cetind, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai.

  Nas fiscalizações realizadas pelo órgão ambiental foi verificada uma extensa mancha entre as cores vermelha e ferrugem, a 150 metros da praia - numa dimensão que vai da localidade de Bom Jesus dos Pobres até São Francisco do Conde, passando por Cabuçu, Saubara, Itapema e Acupe.  De acordo com as observações de campo essa mancha é constituída por algas marinhas. Coleta dessas algas já foi efetuada para a identificação após espécies e sua toxicidade.

  O CRA, entretanto, ainda não descarta a possibilidade de contaminação química decorrente dos empreendimentos localizados na área como gasodutos, fábrica de papel, fazendas de camarão, entre outros, e por isso mesmo tem realizado varreduras e monitoramentos diários, desde o dia 8 de março, quando a autarquia foi informada da mortandade de peixes, mariscos e crustáceos na região, causando o maior acidente ambiental já registrado na região.

MAIS REUNIÕES

  A diretora Geral do CRA, Beth Wagner, foi convidada pelo presidente da Colônia de Pescadores de Saubara Z-16, que também é presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Bahia, José Carlos Rodrigues, para uma reunião nesta sexta-feira, dia 23, a partir das 9h, com representantes de órgãos como o CRA, Ibama, Coopa, Petrobras e Polícia Civil  além dos prefeitos e secretários de Meio Ambiente de  São Francisco do Conde, Santo Amaro e  Saubara, pescadores, marisqueiras  assim como toda a comunidade das localidades atingidas pela mortandade dos peixes.

OPINIÃO BAHIA JÁ

  Que houve uma tragédia ambiental todo mundo sabe disso, está a olhos vistos. O que a população do Recôncavo quer saber é quem provocou a tragédiae qual o prazo que o CRA dará para resolver o problema.