Salvador

PROCURADORIA DO ESTADO RETIRA FAMÍLIAS QUE ESTAVAM MORANDO EM COLÉGIOS

Deputado questiona porque não se dá alternativas a essas famílias
| 17/03/2007 às 23:59
Colégio em Feira de Santana onde haverá despejo (Foto/TP)
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 O deputado Tarcísio Pimenta (PFL) denuncia que por determinação da Procuradoria Geral do Estado, famílias constituídas de zeladores, vigilantes e merendeiras escolares que viviam há anos em colégios da rede estadual de ensino estão sendo despejadas, sem quaisquer explicações.

 Destaca o deputado que essas familias prestam serviços nesses estabelecimentos e convivem nessas áreas utilizando-as como moradias, sem prejuízos ao expediente normal dos colégios e até servindo como zeladores desses estabelecimentos.

Esta medida, "cujo mérito da legalidade sustentada pelo governo Jaques Wagner está provocando reações de resistência e revolta nas comunidades onde os colégios estão inseridos" - destaca o deputado que "beira a uma crueldade sem limites e que põe à prova a falta de sensibilidade de um governo que se diz sensível às demandas sociais, sobretudo às camadas economicamente vulneráveis".

Extensiva à rede escolar de todo o Estado da Bahia, a determinação da Procuradoria Geral atinge em cheio a vida de Maria Miralva da Silva e o marido Emídio da Silva, deficiente físico, que prestam serviços há mais de 40 anos no Colégio Odorico Tavares, em Feira de Santana.

Sem ter recebido nenhuma alternativa por parte do Governo do Estado, a situação da família de Maria e Emídio não é diferente das de tantas outras que se encontram impelidas a deixar suas histórias de vida para trás, sem ter ao menos um horizonte que lhes sirvam de consolo, há exemplo da casa de um parente ou de um amigo. Estão entregues à própria sorte pelo julgo do governo Jaques Wagner.

Casos como estes (só em Feira de Santana) podem ser constatados nos colégios Agustinho Fróes da Mota, General Osório, Odorico Tavares e Otávio Mangabeira. De acordo com os ofícios expedidos pela Procuradoria Geral do Estado, que a rigor deveria se voltar para situações mais complexas, estas pessoas têm prazos que variam entre 15 a 30 dias para se desalojar.