A cobrança de estacionamento nas ruas de Salvador é um salve-se quem puder.
Existe todo tipo de guardador de veículos, desde os que são filiados ao Sindicato dos Guardadores a outros que sequer usam qualquer tipo de identificação.

Em frente ao SAC da Boca do Rio, por exemplo, existem seis jovens que utilizam até apitos para controlar o estacuionamento dos carros e cobram, em média, R$1,00 por presença rápida. Demorou demais no local o preço passa para R$2,00.

Não há, na cidade, qualquer disciplinamento em relação a esse problema social, gravíssimo, pois muitos dos guardadores ou "guardadores" são jovens e até adultos em faixas superiores a 30 anos de idade e que não têm outra condição de sobrevivência.

Disciplinar isso numa cidade de quase 3 milhões de habitantes e 500 mil veículos não tem como. A pobreza está exposta em todas as áreas e, ainda nos bairros da classe média alta, eles (os pobres) aparecem para vigiar ou "vigiar" os veículos.

Hoje, por exemplo, foram roubados segundo a Polícia 5 veículos até por volta das 16 horas, embora não se pode dizer que guardadores estejam envolvidos nesses furtos. Mas, via de regra, ninguém está a salvo. E os proprietários dos veículos sempre desconfiam dos guardadores, salvo se já são identificados a tempo, amigos até, mas, mesmo assim, sem alternativas deixam seus carros sob os olhares dessas pessoas.

Algumas áres públicas foram loteadas por grupos de pessoas que se entendem. Nos finais de semana ao longo da orla atlântica encontrar uma vaga depende muito de sorte, do horário de chegada e da "amizade" com o guardador. 

Trata-se, portanto, de um problemão que a sociedade convive sem encontrar alternativas. Imaginar que esse pessoal algum dia vai se qualificar profissionalmente, não passa mais por nossa geração. Tenho ouvido isso há 40 anos e só vejo o problema se agravar a cada dia. (TF)