A promotora Armênia Cristina, do MP, está analisando o processo
A promotora Armênia Cristina, do Ministério Público, deverá concluir seu trabalho de análise do processo (inquérito policial) das conclusões da Polícia e deverá informar, na próxima segunda-feira, se vai denunciar à Justiça (ou não) os indiciados e citados no processo (os vigilantes Jair da Conceição e Josemar dos Santos e as duas mulheres Aglaé Souza e Tânia Pedroso).
Evidente que, se a promotora não considerar o trabalho policial satisfatório, poderá devolvê-lo à SSP solicitando informações complementares. Segundo analistas do meio jurídico esta, provavelmente, será a decisão da promotora, visto que muitas dúvidas ainda precisam ser esclarecidas como tem apontado, diariamente, a imprensa baiana.
INQUÉRITO CIVIL
Ainda no MP, a promotora de Justiça da Cidadania, Rita Tourinho, determinou a instauração de inquérito civil público para investigar os contratos da Secretaria Municipal de Saúde, decisão tomada depois que a Polícia constatou (segundo depoimento do delegado Arthur Gallas e o que consta no inquérito) indícios de irregularidades na gestão plena de Saúde.
A atuação será conjunta com o Ministério Público Federal uma vez que os recursos da gestão plena são do Ministério da Saúde, órgão federal.
UFBA
Ademais, entre as prováveis irregularidades existem dois convênios com a UFBA (também órgão federal), no mínimo, como apontaram os vereadores Sandoval Guimarães (PDT), Celso Cotrim (PSB) e Alan Sanches (PSDB), integrantes da Comissão Suprapartidária que acompanha o caso, suspeitos de superfaturamento porque envolvem atividades meio com valores muito altos nas rubricas com a Escola de Administração e com o Instituto de Saúde Coletiva.
A UFBA até esse momento, não saiu do seu casulo para informar à sociedade o que se passou. É o velho corporativismo do meio universitário em plena atividade.
CEI NA CÂMARA
É também com base nas informações do inquérito policial abordando "indícios de possíveis irregularidades na Secretaria de Saúde do Município" que o vereador Sandoval Guimarães (PMDB) espera que a Comissão Especial de Investigação (CEI), seja instalada na Câmara de Vereadores na próxima semana. A matéria deverá ser votada na próxima quarta - feira, 14 de março.
JOÃO LARANJEIRAS
Delegado chefe João Laranjeiras não gostou do comportamento da imprensa baiana, segundo ele, teria ficado magoado com o que chamou de "ataques dos meios de comunicação". E, destacou, em A Tarde, que as "apurações ainda não acabaram".
OPINIÃO DO BAHIA JÁ
De fato, as apurações ainda estão a meio caminho, sobretudo no que diz respeito aos questionamentos feitos em relação aos contratos da gestão plena de Saúde. Os Ministérios Públicos Estadual e Federal entram no caso, segundo a promotora Rita Tourinho e, portanto, ainda existem muitos pontos a serem esclarecidos, em especial, os contratos e convênios milionários da Saúde.
Na Câmara de Vereadores será muito difícil a possibilidade de instalar a CEI uma vez que a bancada governista é majoritária e, como vimos na última quarta-feira, houve um esvaziamento do plenário com sessão suspensa. Ademais, alguns dos vereadores que assinaram o requerimento da SEI, em 2005, já estão em outras funções e esse pode ser um argumento demolidor para a oposição. De toda sorte, como há forte pressão da sociedade, tudo é possível.
Quando a surpresa do delegado chefe João Laranjeiras em relação ao comportamento da imprensa, diria que a supresa tem mão invertida, na medida em que, o delegado chefe é quem deveria ter conduzido a roda de imprensa e se posicionada à frente da sua tropa. É assim que os grandes guerreiros se apresentam. Seria interessante que o delegado fosse assistir Cartas de Iwo Jima para verificar como o general japonês, mesmo sabendo de uma derrotada flagrante diante do avanço dos norteamericanos para conquistar aquela ilha do Pacífico, se pôs à frente do seu pessoal, jovem e apaixonado por uma causa. Faltou esse sendo ao delegado chefe. (TF)