Os vendedores ambulantes que dominam a praia do Porto da Barra estão privatizando espaços no local e só permitem que os banhistas frequentem a área pagando. Diariamente, em especial nos sábados e domingos, quando a freqüência é maior, estão ocorrendo discusssões com banhistas que querem usar a praia utilizando-se de toalhas, mas são impedidos pelos vendedores de bebidas e tira-gostos que atuam na praia.
Para a manicure Rita Dantas, que trabalha num salão da Pituba mas vai ao Porto no sábado, "é um absurdo o que está acontecendo porque a gente não pode colocar uma toalha na praia que eles sujam tudo". Os banhistas atestam que, quando não se utilizam das cadeiras à alugel são maltratados pelos vendedores que passam por eles rapidamente e jogam areia.
Os preços dos aluguéis das cadeiras variam entre R$3,00 e R$5,00 a depender do horário de permanência na praia. Ademais, essas pessoas que alugam as cadeiras são praticamente obrigadas a consumirem produtos que são vendidos por eles, numa espécie de monópólio.
No calçadão do Porto a situação é ainda mais vexatória. Quase todos os espaços foram ocupados por ambulantes, existem atuando quatro baianas de acarajé, duas tendas de cachorro quente, duas trempes de churrasco, vendedores de colares e bijuterias, três trançadeiras de tererê, desocupados e meninas e rapazes de programa que ficam assedianto os italianos hospedados nos hotéis da área.
COMENTÁRIO
O Porto da Barra é uma das praias mais frequentadas de Salvador, quer porque está no centro da cidade, praticamente; quer porque tem uma enseada de águas paradas e ótimas para a prática da natação e do lazer. Infelizmente, o que está acontecendo no Porto é um reflexo da situação geral da cidade do Salvador com uma permissividade onde se pode tudo: até instalar trempes para a venda de churrasquinho.