As investigações começaram na segunda-feira, dia 5.
A Justiça Federal na Bahia começa na segunda-feira, 5, digilências para colher depoimentos sobre a atuação de membros da Sucom na derrubada do prédio Mansão Wildberger, para construção no local de um prédio de 35 andares.
Esse nebuloso caso, segundo nota pública emitida pela Prefeitura intitulada - A Verdade Sobre o Caso da Mansão Wildberger - em seu item 8º lê-se que "a Sucom deu ciência ao IPHAN de todos os fatos ocorridos durante a tramitação do processo judicial, desde 2004, e à Procuradoria da República, desde maio de 2006, inclusive da Ordem Judicial de Expedição do Alvará de Construção".
A nota da Prefeitura destaca, ainda, que "O Município de Salvador reafirma, nessa oportunidade, que sempre defendeu e exigiu o licenciamento do IPHAN e que se conduziu no processo judicial dentro da legalidade, limitando-se, pois, a cumprir ordem judicial, depois de apresentar as defesas permitidas, e cabíveis na Legislação Processual Civil".
A Prefeitura destaca ainda que na "alçada municipal o assunto está encerrado, mesmo porque a questão a respeito do Tombamento está submetida à apreciação e decisão da Justiça Federal".
REABERTO
No entendimento do Ministério Público Federal o caso está longe de ser encerrado como atesta a nota oficial da Prefeitura.
O superintendente do IPHAN, Eugênio de Ávila Lins, divulgou uma nota à imprensa destacando e afirmando "que a Sucom não deu conhecimento ao órgão federal da existência do mandato de segurança que tramita na 8ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, para concessão da licença de alvará da construção do Edifício Mansão Wildberger".
Quem está falando a verdade? Essa é a questão.
O secretário municipal de governo, João Cavalcanti, afirmou em coletiva à imprensa na última quarta-feira que o município procurou o IPHAN várias vezes. O IPHAN nega.
NOTA DO EMPRESÁRIO
Também em nota paga publicada na imprensa escrita assinada pelo Empreendimento Mansão Wildberger e intitulada Estabelecendo a Verdade afirma que "as licenças de construção (nº 13491) e demolição (nº 2838) foram deferidas pela Sucom, em cumprimento de Ordem Judicial, segundo a qual, desde que atendidas as exigências legais". Destaca a nota que "provado o atendimento de todas as exigências, as licenças, foram, então, expedidas".
Diz ainda a nota defendendo a Prefeitura que "não se pode imputar, portanto, qualquer irregularidade ao órgão (SUCOM) , que, inclusive, teve cuidado de a tudo comunicar ao IPHAN, desde o início do processo judicial, e o mesmo se manteve inerte o tempo todo".
EMPRESÁRIO + PREFEITURA X IPHAN
A Prefeitura de Salvador tem a mesma posição do Empreendimento Mansão Wildberger ao afirmar em nota que o IPHAN sabia de tudo, foi comunicado do processo há anos e não existe nada de anormal, nem na edificação do novo prédio; nem na derrubada da mansão Wildberger.
A posição do EMW (o empresário) coincide com a da Prefeitura com a agravante de que dizem, em nota, que o IPHAN assistiu a todo desenrolar do processo inerte. Ou seja, paradão.
O certo é que a novela não está no fim e o MPF reabre a questão na segunda-feira, 5, com a tomada de depoimentos e mais papelada.