Veja nota da deputada Olivia Santana
Tasso Franco , da redação em Salvador |
01/02/2020 às 18:33
Olivia Santana deputada estadual pelo PCdoB
Foto: BJÁ
A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) está em dissidência aberta e pública com o governador Rui Costa (PT) desde que este sinalizou apoio a uma provável pré-candidatura da major PM, Denice Santiago, a prefeita da capital.
Votou contra a venda do Colégio Odorico Tavares e não participou da tumultuada sessão que aprovou a Reforma da Previdência Estadual num acordo que envolveu DEM, PSDB, PT e base aliada.
Olivia é da base alida do governo e, em nota à imprensa divulgada neste sábado, diz que se manterá na base seguindo a orientação do seu partido. Além disso, classificou os debates sobre a Reforma da Previdência como preecisando de outros métodos.
Alfinetou: "É preciso amainar os ânimos, ter equilíbrio e seguir em frente construindo melhores relações políticas".
NOTA DE OLÍVIA SANTANA
Sobre a minha retirada da votação da PEC da Previdência ontem.
Não votei porque não concordei com o processo de decisão sobre uma matéria tão sensível, que afeta os direitos dos trabalhadores, num ambiente de absoluto caos. Somos parte da bancada do governo, mas respeitamos os trabalhadores e trabalhadoras que lutam por garantia de direitos, num momento de desmonte de conquistas, que imaginávamos consolidadas.
Entretanto, repudio a presença estranha de uma parcela de manifestantes armados no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia. Intimidar e ameaçar parlamentares com arma de fogo são agressões contra a democracia. O espaço legislativo não é lugar para a força das armas. É nosso dever refutar veementemente.
Mas nem todos que estavam ali eram disseminadores da violência. Havia grupos de sindicalistas sérios, da nossa base social, que sempre caminharam ao nosso lado e que queriam mais tempo para negociar com o governo, embora outros tivessem fechado questão na retirada do projeto.
Rui Costa é um governante que tem feito muito pela Bahia, não tem encontrado refresco, por isso compreendo que não é fácil estar na pele dele e tomar certas decisões. Mas os métodos precisam ser outros.
Desde a chegada da primeira PEC na ASSEMBLEIA LEGISLATIVA escolhi o lado da negociação. Participei ativamente da elaboração das propostas de emendas, apresentadas pela bancada do PCdoB, ainda em dezembro. Partipei de várias reuniões recebendo sindicalistas, representantes do Fórum das Centrais Sindicais e da CEO (Carreiras de Estado Organizadas), junto com o deputado Rosemberg, que é o lider do nosso governo. Houve mudanças em vários pontos da segunda proposta, a PEC 159, fruto da luta sindical e do que foi possível negociar, a partir da mediação dos parlamentares. Mas poderiamos ter avançado mais se o tempo não fosse tão curto.
É preciso amainar os ânimos, ter equilíbrio e seguir em frente construindo melhores relações políticas.
Sigo na base do governo, respeitando os meus colegas de bancada e as instâncias do PCdoB.