Política

FURNA DA ONÇA: Polícia Federal prende deputados no Rio de Janeiro

Estão foragidos o presidente do Detran, Leonardo Jacob, e seu antecessor, Vinícius Farah, em cujas gestões, segundo a força-tarefa, lotearam-se cargos como parte das vantagens indevidas.
NF , RJ | 08/11/2018 às 18:13
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O esquema de lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) movimentou ao menos R$ 54 milhões, de acordo com Ricardo Saadi, superintendente da Polícia Federal. 

A PF colocou na rua hoje, dia 8, a Operação Furna da Onça. Foram presos os deputados Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Vinícios “Neskau” (PTB), André Corrêa (DEM), Marcos Abrahão (Avante) e Chiquinho da Mangueira (PSC).Também foi alvo da operação o secretário estadual de Governo, Affonso Monnerat, apontado como o canal entre Alerj e Palácio Guanabara. 

Estão foragidos o presidente do Detran, Leonardo Jacob, e seu antecessor, Vinícius Farah, em cujas gestões, segundo a força-tarefa, lotearam-se cargos como parte das vantagens indevidas. 

De acordo com a investigação, que foi iniciada em 2011 e terminou em 2014, a organização criminosa era chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, que pagava propina a deputados estaduais, para que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Alerj. O "mensalinho" ia de R$ 20 mil reais a R$ 900 mil por mês.  

A delegada da PF, Xênia Soares, disse que o "mensalinho" durou quatro anos. 

"A operação é a continuação da Cadeia Velha, que vimos que esses pagamentos eram direcionados para representantes da Alerj, incluindo os ex-presidentes. Durante as investigações nós vimos que houve uma manipulação nos dados. Vimos que Albertassi e Paulo Melo, o dono do Detran, usavam os seus cargos em benefícios próprios", contou Xênia.

"Albertassi loteava cargos no Detran com colegas em uma espécie de coalizão para o crime. No primeiro momento, quando o doleiro Carlos Mirando disse que os deputados recebiam propina nós não sabíamos quais eram esses deputados", completou. 

De acordo com  a delegado, Carlos Miranda era responsável pela distribuição das propinas. No entanto, a "situação ficou tão grande" que ele perdeu o controle e terceirizou a distribuição de propina. "Isso passou a ser feito pelos irmãos Chebab", relatou.

"Tivemos acesso a uma lista de pagamentos a assessores desses deputados. Essas informações dão conta do que acontecia e nos mostram que há um trânsito de valor impensáveis. Só um desses assessores em 2016 conseguimos identificar R$ 32 milhões", finalizou.