O mediador do debate, jornalista Márcio Gomes, da Rede Globo, não teve problemas durante encontro
Tasso Franco , da redação em Salvador |
03/10/2018 às 11:02
Rui Costa candidato à reeleição
Foto: DIV
O debate entre os candidatos a governador da Bahia realizado na noite de ontem e inicio da madrugada de hoje pela TV Bahia/Rede Globo revelou que dois dos candidatos, Zé Ronaldo (DEM) e João Santana (MDB), foram senão articulados entre si, mas com o propósito de revelar uma Bahia mais real do que a propagandística do governo do petista Rui Costa e conseguiram seus objetivos.
Se isso vai resultar em votos para eles há dúvidas diante do alto grau de aceitação do candidato petista com mais de 55% das intenções de votos segundo as pesquisas, o que vai lhe garantir uma reeleição em primeiro turno.
Rui portou-se de forma equilibrada, sem passar recibo, sem responder diretamente aos seus adversários e mostrando os avanços que o Estado conseguiu no seu governo. E isso fez muito bem, de forma quase didática e esclarecedora.
Na prática, o que os oposicionistas mostraram, em especial João Santana, é que o governo petista adota a política da socialização da pobreza, dando mais hospitais, mais atendimento médico, mais bolsas, universiliza o ensino médio, e despreza a economia, a geração de empregos, a segurança e as novas tecnologias, tudo com muita propaganda e gastos - segundo Zé Ronaldo - de R$550 milhões nos últimos 3 anos e meio.
Os outros participantes do debate foram coadjuvantes dessa discussão central, Marcos Mendes, do PSOL, direcionando criticas tanto aos governos de Rui quanto aos do DEM; e João Henrique mais enaltecendo feitos que teria realizado na Prefeitura de Salvador quando prefeito incluindo a geração de 400 mil novos empregos, segundo seu depoimento, lembranças de João Durval como melhor governador da história da Bahia para os servidores públicos, e uma referência frequente a Jair Bolsonaro como o seu candidato a presidente da República, intitulando-se o único bolsonarista da bancada.
Nesse aspecto, Rui Costa, PT, também não poupou adjetivações positivas ao seu candidato a presidente, Fernando Haddad, fez requentadas criticas ao governo de Michel Temer que, segundo ele, prejudica muito a Bahia, e defendeu a votação nos dois candidatos ao Senado de sua chapa, Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD) que irão ajudar a Bahia.
As críticas a Temer se enquadram dentro do contexto petista nacional pois muito das obras que são realizadas no estado têm recursos do governo federal.
O debate em sí, só surpreendeu pela virulência de Zé Ronaldo, sempre visto como um moderado, e pelas assertivas de João Santana, ex-ministro da Integração Nacional no governo petista substituto de Geddel Viria Lima, ambos desnudando a real situação da Bahia, estado que segundo eles tem baixo indice de competitividade, praticamente aniquilou o turismo, tem baixos indicadores nacionais na educação, até agora não conseguiu resolver o problema da regularização na saúde, o que os adversários chamam de fila da morte, e é um dos mais violentos do país.
Questionado sobre temáticas como segurança pública, educação, saúde e emprego, Rui utilizou o espaço de tempo das respostas para expor principalmente as propostas para os próximos quatro anos de gestão, incluídas no Programa de Governo Participativo. Propostas - diz sua assessoria - como as que priorizam a formação e geração de oportunidades para inclusão dos jovens, como o programa Primeiro Emprego, que tem beneficiado egressos e estudantes da educação profissional e tecnológica, com melhores resultados, o Mais Futuro e o Partiu Estágio que respondem ao binômio educação-trabalho.
No final, mais uma surpresa, com Zé Ronaldo defendendo o voto em Bolsonaro abandonando Geraldo Alckmin (PSDB) e irritando o prefeito ACM Neto. A essa altura, de nada valem, nem o apoio de Zé a Bolsonaro; nem a irritação de Neto. O candidato demista demorou demais de tornar público o que o país está assistindo uma polarização entre o petismo versus o antipetismo.