“Ensino a distância na área de saúde” foi o tema da audiência pública realizada pela Câmara de Salvador na manhã desta quinta-feira, 13, no auditório do Ed. Bahia Center (anexo da CMS). “Há uma especificidade sendo discutida aqui. Afinal, os profissionais de saúde precisam ter um contato físico com os pacientes. Entendemos, portanto, que o ensino a distância pode prejudicar a formação de profissionais para o mercado de trabalho”, afirmou o vereador Duda Sanches (DEM), autor da iniciativa.
Para o democrata o Ministério da Educação (Mec) precisa entender a complexidade da questão quanto à decisão de liberar esses cursos de graduação sem aulas presenciais: “Os cursos a distância aumentam a lucratividade das instituições de ensino superior. Entretanto, na área da saúde a preocupação maior deve ser com o ser humano, ou seja, o paciente”. Ele anunciou que solicitará uma audiência com o ministro da Educação para tratar da questão.
Qualidade de atendimento
Aladilce Souza (PCdoB) declarou que “sempre estive preocupada com a qualidade da assistência ao paciente. Sou professora de Enfermagem e entendo que as nossas práticas profissionais devem ter qualidade no sentido de garantir o direito social à saúde”.
Segundo Valter da Mata, presidente do Conselho Regional de Psicologia, “a objeção não é contra os cursos a distância. Entretanto, somos contra formar profissionais de saúde com um curso de graduação que seja 100% EAD. As profissões ligadas à área de saúde requerem cuidados que necessitam de um aprendizado presencial”.
O representante do Conselho Regional de Fisioterapia, Maurício Dourado, frisou que o compromisso é com a formação de bons profissionais: “Não somos contrários às novidades no ensino. Entretanto, o novo não pode ser utilizado de forma descabida. A EAD como método único de transferência de conhecimento na nossa profissão não é adequada aos domínios que precisamos na área de saúde”.
Integrante da mesa de trabalhos, o assessor Técnico da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos do Conselho Nacional de Saúde e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fransley Lima Santos, argumentou que “é impossível se preparar um indivíduo, totalmente a distância, para cuidar de alguém. Nossa proposta é sensibilizar os conselhos de classe da área de saúde com relação a essa situação”.
13ª Caminhada do ECA
Outro evento que contou com a participação da CMS foi a 13ª Caminhada do ECA, em celebração aos 27 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, na manhã desta quinta-feira, 13. O Legislativo Municipal foi representado pela Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, através dos edis Hilton Coelho (Psol, presidente) Rogéria Santos (PRB, vice) e Marta Rodrigues (PT).
Hilton classificou a iniciativa como fundamental: “Precisamos estar aonde a população está, especialmente onde estão as crianças e os adolescentes, junto à rede de proteção. Essa caminhada é mais um passo na trajetória de defesa do segmento. Reafirmar o ECA em caminhada é fundamental”.
Rogéria reconheceu a necessidade de participação do Legislativo em movimentos que tenham como tema o cuidado com a criança. A mobilização teve como tema “Criança e adolescente não é futuro, é presente. Se nós desejamos um futuro melhor para a nossa sociedade, o momento de planejar é agora, cuidando das nossas crianças e dos nossos adolescentes para que o amanhã seja formado com excelência”.
O movimento teve início no Campo Grande rumo à Praça Castro Alves, pregando a conscientização sobre os direitos do segmento infanto-juvenil. O objetivo foi mostrar a luta pelos direitos do segmento, além de reafirmar a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente, deixando claro que impedir a violação desses direitos é dever de todos os cidadãos. Crianças, adolescentes, jovens, educadores e autoridades participaram do evento.