Deu de tudo na sessão de hoje: xingamentos, vaias, bate-boa, empurra-empurra e até a classificação de políticos como 'prostitutas'
Tasso Franco , da redação em Salvador |
11/04/2017 às 17:00
Deputado Alex Lima, no alto, deixa a presidência da mesa e é chamado de "corrão"
Foto: BJÁ
A sessão ordinária da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira, 11, terminou em tumulto e o presidente da Mesa, Alex Lima (PTN), sendo chamado de "fujão", de "corrão" ao encerrar a sessão a pedido do petista Joseildo Ramos depois que a base governista não permitiu a instalação da CPI do Centro de Convenções prevista para às 15h. Houve muito bate-boca, deputados sendo chamados de 'ladrões' outros de 'capachos', a Segurança da Casa teve que comparecer ao plenário, mas, não houve troca de socos.
Todo tumulto foi provocado diante da perspectiva da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Centro de Convenções, frustrada pela ausência de membros da bancada de governo. Na inicial, o lider da Oposição, deputado Leur Lomanto Jr, solicitou que a sessão fosse suspensa às 15 h para instalar a CPI. O deputado Zé Raimundo (PT) disse que a sessão deveria seguir normal, pois, a matéria CPI não estava na ordem dia. Até então, a sessão estava sendo presidida por Adolfo Viana (PSDB), na ausência do presidente Angelo Coronel.
Adolfo então suspendeu a sessão e os deputados da Oposição marcaram presença na sala das Comissões, onde seria aberta a primeira sessão da CPI, porém, o não comparecimento dos governistas impediu o ato. A atitude levou os deputados oposicionistas a concluírem que o governo quer inviabilizar a Comissão.
O deputado Alex Lima (PTN), que integra a Mesa, reabriu a sessão e logo depois, Joseildo Ramos, considerado republicano, pediu verificação de quórum para derruba-la, uma vez que houve orientação para que deputados da base não comparecessem. O tumulto se instalou e no momento em o líder da base, deputado Zé Neto (PT) pediu uma questão de ordem e o presidente concedeu, parlamentares da oposição cercaram Zé Neto e o bate-boca se instalou.
De acordo com o tempo regimental, 15 minutos depois, a sessão caiu. E Alex foi chamado de "corrão" (vide foto no alto ele deixando a presidência). O deputado Targino Machado (PPS) disse que a atitude de deputados da base "são espúrios e operam contra a democracia. Acham que é pouco puxar o saco (do governador) e agora queirem beijar o saco. Os senhores estão apequenando a política e não querem que eu traga para o plenário cuecas", frisou.
OPINIÕES
“Em uma atitude de desrespeito, o governo do PT tenta boicotar a CPI do Centro de Convenções. Diante disso, entendemos que a gestão petista quer fugir dos questionamentos, relacionados a situação do Centro”, criticou o líder da Oposição, deputado Leur Lomanto Jr. (PMDB).
Adolfo Viana (PSDB), disse que a atitude dos governistas desmoraliza o Poder Legislativo. “Primeiro eles alteraram na surdina a composição das bancadas, com a manobra de retirar dois deputados do PSL para impedir que o bloco independente indicasse nomes. E agora, além de esvaziarem o ato de abertura querem de forma ditatorial indicar os nomes para a presidência e para a relatoria da Comissão. A base do governo se agacha para o Poder Executivo, como se quisesse encobrir ou não se apurar nada. Não pretendemos politizar a CPI nem antecipar julgamentos, mas o que queremos é uma solução para o Centro de Convenções. A situação do empreendimento é uma vergonha para o estado da Bahia”, lamentou.
O deputado Luciano Ribeiro (DEM) afirmou que o governo se acovardou diante da CPI. “A CPI é um instrumento de garantia das pluralidades partidárias e por isso dar garantia as minorias. Hoje a CPI se tornou ainda mais importante, pois se o governo foge é porque não quer que se apure o que aconteceu com o Centro de Convenções”, frisou.