Política

WALDIR PIRES classifica impeachment de "golpe desonroso para o Brasil"

Para o ex-governador uma verdadeira quadrilha decidiu o afastamento de Dilma
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 13/05/2016 às 18:14
Waldir: “O impedimento não é remédio contra a corrupção"
Foto: LB

O impeachment da presidente Dilma Rousseff “é um golpe simplesmente inaceitável e desonroso para o Brasil aos olhos do mundo”. A declaração é do ex-governador e atual vereador Waldir Pires (PT), durante palestra proferida nesta sexta-feira, 13, no I Seminário Interinstitucional de Controle da Gestão Pública, promovido pelo Núcleo de Pós-Graduação em Administração da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia.

Para ele, “o impedimento não é remédio contra a corrupção; ao contrário foi urdido pelos corruptos e serve à corrupção; não resolve, nem mesmo minora a crise econômica, especialmente para as camadas mais carentes e para a classe trabalhadora; e, definitivamente, não serve à democracia”.

Após citar as principais ações da Controladoria-Geral da União (comandada por ele de 2003 a 2006) na prevenção e combate à corrupção, o petista criticou duramente os promotores do impeachment: “É inegável que a partir dos governos de Lula e Dilma passou a existir ampla autonomia na apuração das denúncias, tanto pelo Ministério Público quanto pela Polícia Federal. Mas, infelizmente, essa autonomia vem sendo jogada no lixo, utilizada de forma torpe, com atuação nitidamente politizada, seletiva e partidarizada, por parte das instituições encarregadas de denunciar, investigar e punir”.

Se não, argumenta, como explicar essa situação: “Uma verdadeira quadrilha, com centenas de acusados de crimes diversos, vota e decide o impedimento de uma presidente eleita democraticamente que não praticou qualquer crime. Já o ex-presidente Lula sofre uma tentativa de “impeachment preventivo”; não importa se há fatos, não importa de há crime. É preciso afastar do caminho quem lutou pela inclusão social no Brasil, e, entre muitas coisas, abriu as portas da universidade para os pretos e pobres. Este é o seu crime”.

Segundo Waldir está claro que não se quer, com o impeachment, acabar com a corrupção no Brasil: “O que se quer é interromper, pelo golpe rasteiro e covarde, um projeto político que, com imensas dificuldades, vinha promovendo uma distribuição mais justa da renda e fazendo a inclusão social de milhões de brasileiros”. Concluiu com uma frase usada pelo ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica, em recente discurso: “Os únicos derrotados são os que deixam de lutar”.