É o sitio Felicidade
Época , RJ |
12/05/2016 às 12:15
Documento do sitio em Andaraí
Foto: DIV
Enquanto o governo começava a se esfarelar com o avanço do processo de impeachment, o ministro Jaques Wagner já pensava no seu futuro e encontrava espaço na agenda para comprar o seu “Sítio Felicidade”. Era 16 de dezembro de 2015 e o país vivia uma semana decisiva. O Supremo Tribunal Federal começava a discutir o rito do impeachment na Câmara, assunto de máxima atenção para o Palácio do Planalto. Era quarta-feira e 21 cidades recebiam manifestações em defesa da presidente Dilma Rousseff.
Apenas na Avenida Paulista, 55 mil pessoas classificavam o impeachment de golpe. O governo, claro, acompanhava de perto o andar daquele dia. Escalado por Lula para auxiliar Dilma na batalha para salvar o governo, Jaques Wagner registrava em cartório naquele dia a compra do sítio. Ele se associava ao ex-lobista e amigo de longa data Guilherme Sodré, o Guiga, para comprar o imóvel por R$ 538 mil. Guiga é pai de um enteado de Jaques Wagner.
Com o nome de Fazenda Dinamarca, Wagner, sua mulher e Guiga compraram uma fração de 14 hectares do imóvel _ algo como 14 Maracanãs. O local incluía casa com cinco suítes, garagem, piscina e acesso ao Rio Santo Antônio, da chapada Diamantina. Agora, o nome é “Sítio Felicidade”. Segundo o registro do cartório, o imóvel teve uma entrada de R$ 398 mil e o resto dividido em dez prestações de R$ 14 mil. O salário de Jaques Wagner é de R$ 30 mil. O antigo dono é o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB). Pelo rateio, segundo o registro cartorial, Jaques Wagner e sua mulher tem 76% do imóvel (R$ 408 mil), enquanto a empresa de Guiga tem os outros 24% (R$ 129 mil).