Nem bem foi divulgado, pela Prefeitura, o texto da nova Lei de Ordenamento, Uso e Ocupação do Solo (Louos), já começou a receber críticas dos vereadores de oposição. Na opinião de Hilton Coelho (PSOL) “o objetivo da gestão do prefeito ACM Neto é assegurar os lucros da indústria imobiliária, pouco se preocupa com os interesses da maioria da população”.
A Louos determina a forma de uso e ocupação do solo urbano, definindo os critérios para construções, a exemplo do gabarito (altura máxima) dos edifícios em cada região. “Em uma leitura inicial do texto divulgado, o que podemos ver é a concretização do pacote de maldades anunciado já no texto do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), em trâmite na Câmara”, diz o socialista.
A proposta prevê prédios de até 75 metros na borda da Orla Atlântica. O edil critica: “São paredões de mais de vinte andares ao redor de um patrimônio ambiental e da maior alternativa de lazer do soteropolitano. O menor gabarito de altura dos prédios da Orla pula de 6 para 36 metros”.
Para ele “essa proposta vem na esteira do que já veio proposto no PDDU, as chamadas Operações Urbanas Consorciadas, demarcadas pela Odebrecht em 2013, que permitem a flexibilização das normas urbanísticas e também vão atingir a Orla Atlântica, além do Centro Histórico e da Península de Itapagipe”.
O futuro da cidade, em sua avaliação, “é o mesmo das orlas de Recife e Fortaleza: paredões envidraçados e sombra na praia. Tudo para atender aos interesses do mercado imobiliário e em detrimento da população local. Deve haver amplo movimento da sociedade para impedir a entrega total de nossa cidade”.