Política

DILMA recua e usa tom ameno no discurso da ONU e evita a palavra golpe

Discurso de Dilma foi mais ameno do que o esperado pela militância petista
Da Redação , Salvador | 22/04/2016 às 11:25
Presidente toi advertida pelo STF e falou apenas em "retrocesso"
Foto: DIV
   Advertida durante a semana por ministros do STF de que o processo do impeachment não é golpe, a presidente Dilma Rousseff (PT) citou de forma discreta a crise política no Brasil, durante a cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, que acontece na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA), nesta sexta-feira, 22.
 
   A presidente optou por um discurso mais cauteloso, mas não deixou de falar sobre o momento. "Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive meu país. O Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo. Nosso povo é trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá impedir quaisquer retrocesso", disse a presidente, criticando de forma discreta o processo de impeachment contra ela, que é analisado no Senado.

  Dilma ainda agradeceu aos "líderes que expressaram solidariedade" a ela. Apesar de ter sido cautelosa no discurso oficial, ainda há a possibilidade da petista falar em "golpe" durante entrevistas coletivas no evento.

  No final de seu discurso na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a presidente Dilma Rousseff disse que não poderia terminar suas palavras sem citar o "grave momento" que o Brasil vive. Sem mencionar nominalmente o impeachment que corre no Congresso Nacional, Dilma disse que o povo brasileiro é "trabalhador e tem grande apreço pela liberdade" e vai saber "impedir qualquer retrocesso [na democracia]". Dilma participou de uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), para assinar o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima e constrangeu internacionalmente o Brasil.

  O discurso de Dilma foi mais ameno do que o esperado. A petista havia sido orientada por assessores a repetir na reunião da ONU o que vem falando no Brasil, de que o processo de impedimento é um "golpe". A estratégia era criar pressão internacional contra seu afastamento, mas o único apoio que Dilma recebeu foi de figuras como Nicolás Maduro, da Venezuela, e do ditador cubano Raúl Castro. Após a divulgação da estratégia do Planalto, Dilma foi criticada na quarta-feira pelo decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello.