Política

DIFICULDADES no tratamento do câncer são debatidos na Câmara de SSA

Encontro apontou fragilidades nas políticas voltadas para o tratamento da doença
Tasso Franco , da redação em Salvador | 20/04/2016 às 19:29
O encontro reuniu representantes de entidades médicas
Foto: Reginaldo Ipê

A Câmara de Salvador realizou na manhã desta quarta-feira, 20, uma sessão especial para discutir as dificuldades na assistência dos portadores de câncer na cidade. A atividade aconteceu no Centro de Cultura da CMS e expos as fragilidades nas políticas voltadas para o tratamento da doença, além da incapacidade de atender adequadamente na capital todos os pacientes do interior do estado foram expostas no debate.

Autora da iniciativa a vereadora Vânia Galvão (PT) cobrou mais investimentos: “É um assunto extremamente delicado. Além do aperfeiçoamento das políticas de atendimento nos centros de tratamentos, precisamos também de investimento para o diagnóstico precoce da doença, que é fundamental para o sucesso do tratamento. Uma política mais eficaz de conscientização da população sobre a importância de ações preventivas também é fundamental”.

A diretora de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Dortas, explicou que a falta de recursos influencia diretamente na qualidade do atendimento: “É uma realidade muito difícil. Salvador recebe pacientes de todos os locais da Bahia. A demanda é muito grande. Temos que continuar a luta pela busca de recursos para a melhoria da qualidade do atendimento da especialidade de oncologia no município de Salvador”.

Críticas ao atendimento na capital baiana também foram feitas pelo presidente do Conselho Municipal da Saúde, Marcos Antônio Sampaio: “A estrutura que temos impossibilita um diagnóstico preciso e precoce. Além de receber o diagnóstico tardio, o paciente ainda recebe um ‘vire-se’ no momento em que estão fragilizados e precisam iniciar o tratamento”.

Estiveram presentes também no encontro o edil Waldir Pires (PT); a diretora da Liga Bahiana Contra o Câncer, Delvone Almeida; a presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia, Teresa Cristina Maltez; a diretora do Centro Estadual de Oncologia (Cican), Maria Conceição Almeida; a coordenadora do Núcleo Assistencial à Pessoa com Câncer, Kátia Baldini; e o diretor do Hospital São Rafael, Álvaro Lessa.

600 mil novos casos

O Dia Mundial de Combate ao Câncer (8 de abril) foi instituído pela Organização Mundial da Saúde. O objetivo é chamar a atenção de organizações em todo o planeta para reunirem-se em prol da prevenção dos vários tipos da doença, além de dar força aos pacientes que buscam a recuperação. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), a estimativa que no biênio 2016-2017, sejam registrados cerca de 600 mil novos casos da doença do Brasil.

O perfil epidemiológico do país é semelhante ao da América Latina e do Caribe. Sem contar os casos de câncer de pele não melanoma, os tipos mais frequentes em homens serão próstata (28,15), pulmão (8,1%), intestino (7,8%), estômago (65) e cavidade oral (5,2%). Nas mulheres, predominarão o câncer de mama (28,15), intestino (8,65), colo de útero (7,95), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%).