Política

VEREADORES do PT condenam decisão da Câmara e convocam à resistência

Waldir, Vânia e Gilmar dizem que agora o caminho é mobilizar a população e resistir à saída de Dilma
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 18/04/2016 às 18:02
Waldir Pires, Vânia Galvão e Gilmar Santiago
Foto: LB

“Ontem a Câmara dos Deputados traiu a democracia brasileira, ao decidir dar curso a um processo de impedimento da presidenta Dilma, mulher íntegra, honrada e honesta, eleita democraticamente pela vontade majoritária dos brasileiros. Foram cenas lamentáveis, um espetáculo vergonhoso comandado por um corrupto notório”.

A declaração é do vereador Waldir Pires (PT) sobre a sessão desse domingo, 17, que aprovou o encaminhamento ao Senado do pedido de impeachment da presidente. Em nota, o ex-governador  baiano diz acreditar que o caminho agora é “intensificar a mobilização popular e resistir, nas ruas e também no Senado, à concretização dessa absurda violência contra nossa democracia”.

Segundo ele “o povo quer avançar na conquista de direitos e de inclusão social; e o Senado, sempre mais responsável e ponderado, não há de permitir mais esse golpe contra o processo de consolidação da Democracia brasileira”.

Não é o fim

Para a líder petista na Câmara de Salvador, vereadora Vânia Galvão, a decisão dos deputados não configura a concretização do processo: “O golpe não está consolidado, e não será; acreditamos na prudência do Senado, que não deverá negligenciar o resultado das eleições presidenciais nem as nossas lutas nas ruas pela democracia”.

Ela compara as atuais manifestações populares ao movimento pelas Diretas Já na década de 1980: “É a mesma luta; nossos artistas, intelectuais, estudantes, movimentos sociais estão todos firmes contra esse processo maquiavélico, contra a tentativa de tomada do poder no tapetão. Agora, mais do que nunca temos que nos mobilizar para afirmar nossa indignação contra essa facção criminosa, covarde, misógina e retrograda; não podemos admitir um novo golpe no nosso país”.

De acordo com a legisladora “ficou claro no discurso dos deputados que o processo não é pelo país, mas sim contra o PT, contra Lula e Dilma. Os mais pobres, os trabalhadores que perderão seus direitos serão os grandes prejudicados caso o golpe se concretize, basta ver a o programa a Ponte para o Futuro, do PMDB, que deveria se chamar a Ponte para o Atraso. Para evitar o caos estamos confiantes que sensibilizaremos o Senado a votar a favor da democracia e contra a hipocrisia”.

Não às agressões

O também petista Gilmar Santiago (PT) reagiu com indignação às agressões nas redes sociais de internautas do sul do país à Bahia e aos baianos, devido à posição majoritária da bancada do estado na Câmara Federal contra o impeachment: “A Bahia está onde sempre esteve, ao lado da legalidade, da justiça e da igualdade. O povo baiano não se rendeu e não se rende, jamais, a maiorias golpistas e oportunistas e sempre se levantou contra a opressão e a tirania. Assim registra a nossa história”.

Ele lembrou que os levantes populares são marca registrada dos baianos, a exemplo das Revoltas dos Alfaiates e dos Malês e da guerra pela Independência do Brasil: “As agressões ao nosso estado e à sua população são estimuladas por gente ligada ao prefeito ACM Neto, defensor do golpe e aliado de Eduardo Cunha, que, revoltada com a demonstração de liderança do governador Rui Costa e do ministro Jaques Wagner, tenta desqualificar os deputados federais que disseram não ao processo de impeachment”.