Política

ALBA suspende sessão após bate-boca de deputados sobre impeachment

Aconteceu nesta segunda-feira, 18
Tasso Franco , da redação em Salvador | 18/04/2016 às 17:33
Sessão foi suspensa após bate-boca
Foto: BJÁ
   Um pequeno tumulto foi registrado na sessão ordinária desta segunda-feira, 18, na Assembleia Legislativa durante os debates entre os deputados que apoiam a admissibilidade do impeachment pela Câmara dos Deputados e aqueles que consideraram o ato como um 'golpe', retórica petista de uma tecla só. Ao pedir verificação de quórum da sessão, o deputado Rosemberg Pinto (PT) propôs que os debates fossem transferidos para a terça-feira e o líder da Oposição, Sandro Régis (DEM) disse que os petistas estão sem argumentos querendo desqualificar o processo votado pela Câmara Federal, so falando em 'golpe'.

   Segundo Régis, "golpe foi o ex-presidente Lula instalado num hotel de luxo em Brasília querendo comprar todo mundo, aí niunguém fala", revelou. Havia ainda duas questões de ordem a serem analisadas pelo presidente da sessão, deputado Carlos Geilson (PSDB), dos deputados Joseildo Ramos (PT), Pablo Barrozo (DEM) e mais uma outra de Bira Corôa (PT) e aí deu-se o pequeno tumulto porque depois da fala de Joseildo o presidente passou a fala para Barrozo. Bira Corôa se revoltou e disse que tinha sido 'preterido'. Houve um rápido bate-boca com o presidente Geilson e mesmo Barrozo abrindo mão da sua fala, Geilson encerrou a sessão.

   CHORO DE DERROTADOS

   O que se viu na Assembleia nesta tarde da segunda foi a concentração dos debates entre os pró-adminissibilidade do impeachment e os contra. O primeiro a puxar a fila foi Alex Lima (PTN), o qual criticou a postura do deputado federal Jair Bolsonaro por ter citado em elogios o golpe de 1964 e o 'torturador" coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra classificando este sim (o Bolsonaro) de golpista.

   Depois foi a vez a deputada Luiza Maia (PT) defendendo a mesma tese de que a Câmara montou uma "farsa" contra a poresidente Dilma. Criticou também a deputada Tia Eron (PRB) que se disse representante da mulher negra e nordestina, pois, "ela não me representa". E, por fim elogiou a bancada baiana que votou pelo Não, destacando que se perdeu uma batalha, mas não a guerra final.

   Já o deputado Adolfo Viana (PSDB) disse que o Brasil viveu momento único em sua histórica democrática e é hora de "tirar o Brasil do atoleiro colocado pelo governo da presidente Dilma, a qual teve votos da maioria do povo brasileiro, em 2014, mas cometeu muitos erros em seu governo". 

   O deputado Joseildo Ramos (PT) contrapôs os argumentos de Viana situando que o país vive uma "sucessão de golpes" e que foi coroado pela Câmara dos Deputados". O deputado acusou Temer (vice-presidente da República) de não ter legitimidade para governar o pais e revelou uma pesquisa DataFolha dando-lhe uma rejeição de 58% que não o querem na presidência.

   A deputada Fátima Nunes (PT) referendou o pronunciamento de Joseildo e criticou a postura 'machista dos deputados da Câmara que praticamente não deixaram as deputadas Alice Portugal (PCdoB) e Moema Gramacho (PT) se expressarem"

   No entendimento do deputado Luciano Ribeiro (DEM) o debate promovido pelos petistas é de uma pobreza enorme. "É preciso respeitar a Constituição. O impeachment está na Constituição. Agora, que vai julgar se Dilma cometeu crime ou não é o Congresso Nacional, cujos representantes foram eleitos pela população, sendo, portanto, o retrato do Brasil".

   Por fim, o deputado Sandro Régis disse que a presidente Dilma até à ultima quinta-feira pedia voto a Paulo Maluf e aí Maluf era bom. Quando Maluf disse SIM ao impeachment virou o demônio. Segundo Régis, o Congresso é o legitimo representante do povo brasileiro e o resto "é choro de perdedor".