Moradores do subúrbio ferroviário compareceram à 14ª audiência pública, a quarta em caráter devolutivo, para discutir o projeto do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), na manhã desta quinta-feira, 7, no auditório do Centro de Cultura da Câmara de Salvador.

O presidente do colegiado do PDDU, vereador Arnando Lessa (PT), destacou a presença popular no encontro e pediu ajuda aos populares para encontrar um local naquela área da cidade para a realização de uma oficina, em continuidade ao processo de debates sobre a matéria.

“Estamos fazendo o nosso papel, afirmou o petista. Além das 16 audiências estaremos dando seguindo à discussão sobre o projeto nas comunidades. O primeiro foi no Solar Boa Vista, em Brotas. Continuaremos em Cajazeiras, Subúrbio, além da Assembleia Legislativa”.

Para o presidente da CMS, Paulo Câmara (PSDB), as oficinas atendem aos anseios da população: “Ninguém sabe da realidade de cada comunidade mais do que os moradores locais. Ninguém conhece Periperi ou Cajazeiras mais do que os seus moradores. Por isso abrimos para a realização das oficinas nos bairros. As devolutivas, inovação da Câmara Municipal de Salvador, possibilitam que a população acompanhe tudo o que foi proposto. Não ficará sem resposta nenhuma sugestão feita”.

Extinção das Zeis

A coordenadora do grupo técnico de análise do PDDU, arquiteta e doutora em urbanismo Lídia Santana, apresentou aos presentes resposta às 43 proposições feitas desde a última audiência devolutiva.

Entre as propostas analisadas a técnica comentou a sugestão de extinção das zonas de uso especial em áreas como a do Parque Tecnológico e a do Porto de Salvador, por exemplo, encaminhadas à Câmara Municipal através do Portal Transparência (www.cms.ba.gov.br) foram comentadas pela técnica.

“Trata-se, na verdade, de um complexo urbano. Não cabe definir parâmetros urbanismos gerais para esses grandes equipamentos de grande complexidade. O que caberia é a elaboração de planos mestres realizados por órgãos de planejamento”, argumentou.

Apelos populares

O evangélico Sóstenes Souza alertou para o Artigo nº 138 do PDDU: “Já fui militante da política partidária e hoje sou representante da política comunitária. Acredito que o artigo que fala em privilégios às religiões de matriz africana poderiam abrir benefícios, também a outros segmentos religiosos. Por que só os de matriz africana e não os de matriz judaica, por exemplo?”.

Morador do bairro de Periperi, Adalberto Teixeira demonstrou insatisfação com a falta de posicionamento do Município em relação à desapropriação do terreno do Estádio Municipal de Periperi: “É uma luta nossa e um terreno que nós conquistamos. Esse território é nosso e precisamos que os nossos esforços sejam definitivamente reconhecidos pela prefeitura de Salvador”.

Participaram também do evento os edis Heber Santana (PSC), que o conduziu a maior parte do tempo, Carlos Muniz (PTN), Cátia Rodrigues (PHS), Pedrinho Pepê (PMDB) e Trindade (PSL). O próximo debate será no dia 14.