Política

Planilhas da Odebrecht citam 200 politicos e ligam a Passivo e outros

A Operação Acarajé é estrondosa
Terra e Veja , da redação em Salvador | 23/03/2016 às 17:27
Lista tem vários nomes da Bahia
Foto: DIV
Documentos da Odebrecht apreendidos pela Polícia Federal na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de Acarajé, mostram o nome de mais de 200 políticos de 18 partidos que podem ter recebido repasses da construtora. A informação é do blog de Fernando Rodrigues. Os documentos estão foram apreendidos com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente de infraestrutura da Odebrecht.

As planilhas, que foram tornadas públicas na terça-feira (22) pelo juiz Sergio Moro, fornecem detalhes como nomes, cargos, partidos, valores e inclusive apelidos dos políticos. As listas não esclarecem as circunstâncias dos valores — se foram repassados como doações oficiais ou caixa dois. 

Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR) e Humberto Costa (PT-PE) são mencionados. Eduardo Campos (PSB), morto em 2014 e candidato à presidência em 2014 também é citado.

Entre apelidos atribuídos: Jaques Wagner – Passivo; Eduardo Cunha – Carangueijo; Renan Calheiros – Atleta; José Sarney – Escritor; Eduardo Paes – Nervosinho; Humberto Costa – Drácula; Lindbergh Farias – Lindinho; Manuela D’Ávila – Avião; Romero Jucá – Cacique; Sergio Cabral – Proximus; Jarbas Vasconcellos Filho – Viagra.

As planilhas são o mais completo acervo de repasses feitos pelo conglomerado do herdeiro Marcelo Odebrecht a políticos de 18 partidos. A cada nome, o documento da empreiteira atribui cifras. Ainda não se sabe se todos os valores atribuídos aos políticos foram de fato destinados a eles, nem se se trata de doação oficial ou caixa dois, mas é certo que os documentos são uma oportunidade inédita de desvendar os meandros do financiamento eleitoral no país.

O conjunto de listas com anotações sobre destinação de dinheiro a partidos e candidatos mostra a capilaridade da Odebrecht como financiadora de detentores de cargo eletivo. A Polícia Federal ainda não analisou os dados a ponto de concluir se se trata da contabilidade paralela da construtora, conforme revelado pela secretária da Odebrecht e delatora da Lava Jato, Maria Lúcia Tavares.

Entre muitos nomes, são citados nas planilhas: o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), os senadores José Serra (PSDB-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Aécio Neves (PSDB-MG) e Humberto Costa (PT-PE), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), o deputado Paulinho da Força (SD-SP) e a prefeita de Campos e ex-governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PR).