Política

EDUCADORES pedem melhor estrutura para a educação no projeto do PDDU

Representantes do Município garantem que a proposta está dentro da lei
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 21/03/2016 às 19:39
Esta foi a 12ª audiência no Centro de Cultura da CMS
Foto: Reginaldo Ipê

Educadores e representantes dos poderes públicos cobraram maior planejamento do Município desde a primeira infância para o desenvolvimento dos cidadãos nas escolas municipais durante a audiência pública desta segunda-feira, 21, no Centro de Cultura da Câmara de Salvador. A discussão girou a respeito do capítulo Educação do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).

Professor da rede estadual de ensino, Desuc Machado demonstrou preocupação com as estruturas das escolas da rede municipal de ensino, principalmente em relação às áreas de lazer: “Fui aluno da rede municipal na década de 70 e parece que a estrutura parou no tempo. Nossos alunos precisam de equipamentos de melhor qualidade”.

Ele sugeriu a participação de professores de educação física nos projetos para a construção de áreas de lazer nas escolas e alertou ainda para a falta de preparo dos professores para tratar com alunos que possuem algum tipo de deficiência.

Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da CMS, o vereador Sílvio Humberto (PSB) criticou o texto do Executivo, comparando-o à proposta aprovada em 2008: “São planos diretores praticamente iguais em relação à área da Educação. Os problemas são os mesmos. Nada mudou. Acho que o capítulo da educação do PDDU não está atento às especificidades e os problemas encontrados em nossa cidade. Não tem uma visão de futuro. Aonde quer chegar? Do jeito genérico que está, pode ser aplicado superficialmente em qualquer município. Definitivamente, não é isso que esperamos”.

Projeto satisfatório

As técnicas da Secretaria Municipal de Educação (Smed) apresentaram explicações e detalharam os investimentos na área, feitos pela Prefeitura. Ao responder a uma provocação do relator da matéria, Leo Prates (DEM), foram unânimes ao afirmar que o projeto atende aos critérios técnicos, tendo como base o Estatuto das Cidades.

De acordo com a diretora pedagógica da Smed, Joelice Braga, o capítulo será aprimorado com a contribuição dos professores. Ela destacou ainda a importância do Plano Municipal de Educação, em tramitação na Câmara.

Na opinião da subsecretária da saúde, Marília Castilho, “a Secretaria prioriza áreas populosas e carentes da cidade, com a ajuda das prefeituras-bairro”. Segundo ela 26,61% do total de recursos do Executivo já foram investidos este ano em Educação e a previsão é chegar ao final de 2016 com “a inédita marca de 27%”.

Calendário estendido

O presidente da CMS, Paulo Câmara (PSDB), voltou a destacar a transparência dos debates promovidos pela Casa: “Chegamos à 12ª das 16 audiências previstas. Atendendo ao anseio popular estendemos o nosso calendário dos debates e colocamos a possibilidade de o relatório final de Leo Prates ser apresentado no final do mês de maior para acolher o maior número de emendas”.

O presidente do colegiado do PDDU, Arnando Lessa (PT), anunciou a realização de oficinas para discutir o projeto, após as audiências promovidas pela Câmara. Elas acontecerão nos dias 9 e 16 de abril, no Subúrbio Ferroviário e em Cajazeiras, respectivamente. O 13º debate está marcado para a próxima segunda-feira, 28, no Centro de Cultura, com o tema Habitação.

Participaram do debate, ainda, os edis Alberto Braga (PSC), Hilton Coelho (PSOL), Everaldo Augusto (PCdoB), Kátia Alves (DEM), Luiz Carlos Suíca (PT), Henrique Carballal (PV) e Orlando Palhinha (DEM).