Política

PROTESTOS DE DOMINGO: Deputados comentam desgaste geral dos politicos

Os dois lados falam dos protestos pelo impeachment no último domingo, 13
Tasso Franco , da redação em Salvador | 14/03/2016 às 18:12
Líder do governo, Zé Neto, tenta convencer oposicionistas de sua posição
Foto: BJÁ
   As manifestações que aconteceram no último domingo, 13, em todo país pedindo o fim da corrupção, a prisão do ex-presidente Lula e o impeachment da presidente Dilma Rousseff teve diferentes leituras na sessão ordinária da Assembleia Legislativa nesta tarde de segunda-feira, 14. O líder do governo, deputado Zé Neto (PT) afirmou que exige de todos os politicos uma reflexão, pois, atingiu a todos e precisará de "muita sabedoria e tranquilidade para encontrar um eixo, uma saída para a classe politica". 

   Neto reconhece que os protestos atingiram mais o PT porque é governo, "mas é bom lembrar que o deputado José Carlos Aleluia (DEM) foi vaiado em Salvador, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o senador Aécio Neves (PSDB) foram hostilizados em São Paulo; assim como a ex-prefeita Marta Suplicy (PMDB)".

   Segundo Zé Neto, "Aleluia quis sair-se de bom moço, mas o povo não é besta e conhece bem quem ele é". No seu entendimento o grito que parte das ruas - e é sempre importante ouvir as ruas - quer uma classe política "que responda as demandas da sociedade e nós vamos analisar essa questão com muito carinho". 

   Para o presidente da Assembleia Legislativa em exercício, deputado Adolfo Meneses (PSB), o que está acontecendo "e tenho repetido isso diversas vezes aqui no plenário é que o Congresso Nacional não vota nada que seja do interesse da população e precisa abrir seus olhos".

   Na opinião de Adolfo, "há uma reforma política em curso e não é apreciada e votada; há uma reforma da Previdência que não acontece; há uma reforma tributária que não sai do papel, daí que a população está rejeitando todos os políticos e a prova disso é que mesmo os aliados dos protestos, como Geraldo Alckmin e José Carlos Aleluia foram vaiados".

   PROBLEMA É DILMA

   O deputado Adolfo Viana (PSDB) tem outra visão sobre os protestos. Para ele, o lider do governo não quer enxergar os fatos, pois, o que de real aconteceu "a mensagem clara passada pela população é a exigência do fim da corrupção que é praticada pelo PT e os homens do governo, o Brasil vivendo uma crise profunda moral e ética e uma presidente que perdeu a condição de governar e está levando o país ao fundo do poço".

   Já o deputado Luciano Ribeiro, DEM, destaca que o Brasil vive um momento histórico importante e que a verdadeira insatisfação não é generalizada com os políticos, "mas com este governo do PT que aí está".Ribeiro criticou a postura do líder do governo, depuado Zé Neto, o qual segundo ele tenta criar artificios diante de fatos tão relevantes na sociedade como foram os protestos contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula que aconteceram no domingo. 

   “É preciso uma análise verdadeiramente responsável deste momento histórico crítico pelo qual atravessa o nosso país.
Me indigna ouvir aqui nesta Casa agressões e justificativas que não vão ao cerne da questão. A população demonstrou voluntariamente, em expressividade e pacificamente que está insatisfeita com este modelo político que aí está, e não se pode minimizar isso”, salientou.

   "crise mostra a indignação de um povo, com baixos salários e que paga altos impostos, que está desempregado, que não tem segurança pública, saúde nem educação decentes. É preciso um debate real, com a grandeza que o povo brasileiro merece e tanto clama”, avaliou Ribeiro.

   Os deputados petistas Luiza Maria e Rosemberg Pinto têm visões mais radicais e advogam que a Rede Globo está incentivando essas situações com o objetivo de retornar a uma ditadura no país.