A greve dos professores municipais desperta opiniões divergentes na Câmara de Salvador. Para o governista Leo Prates (DEM) a maioria dos integrantes da categoria “não se curvou à política eleitoreira”. De acordo com o vereador um levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Educação de Salvador (Smed), junto às Gerências Regionais de Educação (GREs), a adesão à paralização é de apenas 40%.
“A baixa adesão ocorre porque é uma greve eleitoreira da APLB-Sindicato. Quero enaltecer o espírito público dos professores, que não se curvaram a interesses partidários e botaram a educação das nossas crianças em primeiro lugar”, disse o democrata, vice-líder do governo na CMS.
Em sua opinião o posicionamento da “maioria dos professores é uma vitória para a educação, Salvador e, principalmente, para os 138.231 alunos da rede, incluindo as crianças e jovens da Educação Infantil e Ensino Fundamental; além dos adultos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que são os mais prejudicados com a falta de aulas”.
Ataque à verdade
Para o oposicionista Hilton Coelho (PSOL) classificou de ataque à verdade a afirmação do prefeito ACM Neto, feita na terça-feira, 8, de que a greve dos professores da rede municipal de ensino é “injusta e injustificada”.
Para o socialista o alcaide “descumpre a lei do Plano de Carreira há mais de 9 meses, não garante reserva de jornada para o professor estudar e planejar as atividades docentes e ainda diz que vai cortar os salários”.
Na avaliação de Hilton, há um ataque evidente à Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Uma cidade com mais de 900 mil analfabetos funcionais e com escolas e turmas de EJA, o prefeito com seu critério de justiça comemora a redução de cerca de 32 mil matrículas, agora reduzidas para 16 mil. Temos professores e alunos para ampliar esse quadro e ele não o faz. Uma pessoa que administra assim não é a melhor para falar de justiça”, criticou.
Membro da Comissão de Educação da Câmara Municipal, Hilton detalha que visitou “verdadeiras ‘saunas’ de aula que trazem prejuízos à saúde e pedagógicos, afetando tanto os alunos quanto os educadores”.
Além disso, acrescenta, “crianças são submetidas a um cardápio de merenda escolar quase diário de mingau e achocolatado e escolas inacabadas são inauguradas. Basta uma chuva para vermos a qualidade”. O vereador disse, ainda, que o prefeito enviou o Plano Municipal de Educação para ser votado na Câmara “sem discutir com a sociedade e com os educadores”.