A Câmara de Salvador aprovou nesta segunda-feira, 13, moções de pesar pela morte do ex-deputado Luiz Leal e do antropólogo Roberto Albergaria, propostas pelos vereadores Waldir Pires (PT) e Leo Prates (DEM), respectivamente. O primeiro, falecido em 9 de julho, foi médico, vereador e secretário municipal de Ação Social, na gestão da então prefeita Lídice da Mata.

Segundo Waldir o ex-político é “uma das maiores referências éticas das últimas cinco décadas da política baiana”. Ainda em sua opinião ele foi “exemplo de coerência ideológica e de compromisso com as liberdades democráticas, ele deixa um imensurável vazio que será sentido permanentemente. Trata-se, portanto, de grande perda para todos os baianos”.

Em 2013 Leal prestou depoimento à Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa da Bahia, que lhe devolveu, simbolicamente, o mandado de deputado estadual, cassado pela ditadura militar em 1969.

Nascido em 1º de setembro de 1926, em Salvador, Luiz Leal foi ainda Superintendente Regional do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps) da Bahia, quando Pires foi ministro de Estado da Previdência Social.

Grande nome

Albergaria morreu em 3 de julho, aos 61 anos de idade. Para o edil democrata “Roberto Albergaria de Oliveira foi um dos maiores nomes da história da Universidade Federal da Bahia. Além disso, conquistou o diploma de estudos aprofundados em Antropologia, Etnologia e Ciências das Religiões, pela Universidade de Paris VII, e de Sociedade e História Americanas pela Universidade de Paris I, além do doutorado em Antropologia pela Universidade de Paris VII”.

Ainda de acordo com Prates o homenageado foi também professor associado da UFBA, com trabalhos que discutiam sobretudo mídia, carnaval, simbolismo e baianidade, no Departamento de Antropologia e Etnologia da instituição. “Fora da academia, além dos polêmicos comentários semanais na Rádio Metrópole, foi um dos responsáveis por um dos mais importantes marcos da imprensa baiana nos anos 2000, o Carnaval do Papão, no jornal A Tarde”, enfatiza o texto da moção.