Estágio para alunos de escolas municipais e mais tempo de tolerância nos estacionamentos dos shoppings são temas de dois projetos de autoria de vereadores em tramitação na Câmara de Salvador. O primeiro deles foi apresentado por Hilton Coelho (Psol), sugerindo ao prefeito ACM Neto a reserva de 50% das vagas para estágio nas empresas ou consórcio com incentivos ou isenção fiscal do município para estudantes oriundos da rede pública de ensino.

Presidente da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente, o socialista acredita ser esta uma política de reparação na luta para enfrentar desigualdades históricas: “O estágio é um importante meio de inclusão social e essa medida leva oportunidades aos jovens de baixa renda”.

Para ele isso evitará também a exploração dos jovens no mercado de trabalho: “A inserção prematura dos jovens no mercado de trabalho prejudica a educação e estimula a evasão escolar. O poder público tem como papel facilitar o acesso dos jovens ao mercado de trabalho. Com 50% das vagas, o poder público cumpre esse papel social e estimula a educação perante a juventude”.

Mais tolerância

Odiosvaldo Vigas (PDT) está propondo à Prefeitura que exija dos shoppings o aumento dos atuais 30 minutos para 5 horas no período de gratuidade em seus estacionamentos. Segundo ele “é extremamente absurdo só darem 30 minutos de tolerância aos consumidores. Num final de semana, por exemplo, o cidadão que vai com sua família almoçar e ir ao cinema, ainda terá de pagar para estacionar seu carro. Isso não tem cabimento. As pessoas estarão consumindo, gastando dinheiro lá”.

O pedetista anunciou também que fará indicação formal ao Congresso Nacional, sugerindo a elaboração de uma lei para regulamentar a fiscalização dos órgãos estaduais e municipais de trânsito nesses estabelecimentos para fiscalizar as vagas destinadas a idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais.

“É outro problema que encontramos nos shoppings hoje. Eles começaram a cobrar pelo estacionamento, mas não estão preocupados com o bem estar do cidadão, como nesse caso das vagas especiais. Apenas sinalizar as vagas não é o bastante. Tem que ter fiscalização, e os órgãos de trânsito devem ter amparo numa lei em nível nacional para fiscalizar e punir os infratores”, afirma.

Av. Milton Santos

Já o petista Gilmar Santiago lembrou os 14 anos do falecimento do professor Milton Santos e voltou a cobrar dos colegas a aprovação de seu projeto de lei dando o nome do geógrafo baiano à Avenida Adhemar de Barros, no bairro de Ondina.

“Essa é uma antiga reivindicação da comunidade universitária, que não vê sentido em uma via que corta um campus da UFBA homenagear um político de São Paulo, cujo lema era ‘rouba, mas faz’, em detrimento de um mestre que honrou e cujo legado ainda honra a Bahia e o Brasil em fóruns acadêmicos mundiais”, justifica.