“Menino Joel” deve ser o nome de uma praça do Nordeste de Amaralina, se aprovado projeto do vereador Luiz Carlos Suíca, em homenagem ao jovem morto no bairro por uma bala perdida durante confronto com a participação de policiais militares e em novembro de 2010.

Na opinião do petista “sabemos que nada compensa a perda de Joel, mas lembrá-lo por seu nome no espaço público é um alarme diário que precisamos acionar em nossa consciência sobre os prejuízos para a sociedade e familiares de quem e o que perdemos com a criminalidade”.

Joel Castro, pai do garoto, conhecido como Mestre Bimba, desenvolve atividades desportivas na área, através do ‘Projeto é Vida’, reunindo capoeiristas e integrantes de outras modalidades culturais. Ele conta que o grupo tem se organizado para realizar na praça, que poderá levar o nome do filho, um festival de música da capoeira em calendário permanente, no mês de novembro, “com o objetivo de estimular ações da nossa cultura como incentivo à paz e o respeito entre as pessoas”. Com experiência de mais de 25 anos, o professor de capoeira conclui dizendo que “é possível reviver a história de forma diferente”.

Quem também parabeniza a iniciativa é o professor do Instituto de Psicologia da UFBA e então membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Bahia, Domingos Barreto de Araújo: “Projetos como este acionam mecanismos internos de cada pessoa, de dentro ou fora da comunidade, para o sentimento de partilhar uma realidade comum que, infelizmente, foi decorrente de uma tragédia”, descreve.

Mas, para o psicólogo, “ao verem todos os dias o nome do garoto Joel demarcando um espaço coletivo, os cidadãos se projetam para a situação traumática, mas sob nova perspectiva, que é a de contribuir pela transformação de uma ordem social a partir desse marco. E o projeto cumpre tal missão”.