A Câmara Municipal realiza sessões especiais e audiências públicas sobre assuntos como contabilidade pública, construção de prédio no Corredor da Vitória, relações Salvador-Havana e violência contra jovens negros. O primeiro tema foi discutido na tarde desta sexta-feira, 8, por iniciativa do vereador Luiz Carlos de Souza (PRB), e reuniu profissionais que destacaram a importância da contabilidade para empresários e gestores públicos.

Formado em Gestão de Pessoas, edil ressaltou a importância da contabilidade no auxílio a outras áreas: “Não se pode fazer um trabalho de excelência sem um profissional de contabilidade ao lado. Na vida pública, é preciso ter o acompanhamento destes orientadores para seguir com exatidão a Lei de Responsabilidade Fiscal, que acaba de completar 15 anos”.

Compondo a mesa do evento, os vereadores Euvaldo Jorge (PP) e Ana Rita Tavares (PEN) salientaram que o profissional de contabilidade é responsável pelo controle interno dos órgãos públicos, além de ser um mecanismo contra a corrupção.

Construção polêmica

Já a polêmica em torno da obra de um edifício de 10 andares, na Rua Aloysio de Carvalho, no Corredor da Vitória, será enfocada na próxima segunda-feira, 11, às 9 horas, no Centro de Cultura da CMS. A iniciativa é da Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente da Casa.

O novo empreendimento tem sido alvo de diversas reclamações da vizinhança, pois, segundo os moradores a edificação está sendo feita numa encosta de alta declividade, ocasionando o desmatamento de uma área de proteção ambiental permanente e esbarrando em questões jurídicas.

Presidida por Arnando Lessa (PT) o colegiado decidiu realizar o encontro para colher mais informações dos órgãos competentes e das construtoras envolvidas, a Pereira Leite e a Porto Vitória Empreendimentos Ltda. Deverão participar representantes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Inema e o secretário de Urbanismo (Sucom), Silvio Pinheiro.

Salvador-Havana

Para quinta-feira, 14, às 9 horas, no Plenário Cosme de Farias, está marcada a sessão especial para debater as relações entre as capitais baiana e cubana, requerida por Aladilce Souza (PCdoB). segundo ela as duas cidades “são muito parecidas no culto aos orixás, na origem afro, musicalidade, clima tropical e arquitetura. Queremos nos aproximar também nas questões diplomáticas”.

Além das questões diplomáticas, a cônsul de Cuba no Brasil, Laura Pujol, destaca o interesse econômico. Em sua opinião as relações comerciais com o Brasil estão em crescimento, mas a maior parte ainda está concentrada no Sudeste. “Pretendemos expandir nossa relação com o Nordeste. Salvador foi escolhida como sede para o Nordeste pelos vínculos históricos que unem a cidade com Cuba, mas queremos ampliar as nossas relações com toda a região”, esclarece.

Foram convidados para a sessão, além de Pujol, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), a embaixadora de Cuba no Brasil, Marilena Ruiz, a senadora Lídice da Mata (PSB), a deputada federal, Alice Portugal (PCdoB), o presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o presidente da Associação Cultural José Martí, Antônio Barreto, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Antônio Ricardo Alban e o presidente da Associação Comercial da Bahia, Marcos Fonseca.

Violência contra negros

Na terça-feira, 12, também às 9 horas, acontecerá uma audiência pública no Centro de Cultura, para discutir “Modelos de Segurança Pública e Direitos Humanos”. O objetivo é ouvir a sociedade civil para a elaboração de projetos e políticas públicas que combatam o extermínio de jovens negros na capital baiana.

A presidente da Comissão de Reparação, Vânia Galvão (PT), destaca que é necessário o envolvimento de todos para a diminuição dos índices de violência em Salvador: “A violência institucional contra jovens negros é um grave problema social que demanda ao poder público diálogo com a sociedade civil. Dessa forma, pretendemos, com essa audiência, ouvir todos, reunir propostas e alimentar o debate necessário para a construção de sínteses coletivas que apontem para a superação do problema”.