Os 30 anos da TV Bahia, um século da guerrilheira Ana Montenegro e a morte do ex-vereador Virdálio Senna mereceram destaque na Câmara de Salvador. As três décadas da emissora foram comemoradas com uma sessão especial, na noite de terça-feira, 14, por iniciativa de Claudio Tinoco (DEM), pelos “relevantes serviços aos soteropolitanos e baianos, cobrindo os principais fatos na capital e no interior do Estado, levando informações de qualidade e incentivo à cultura, ao turismo e à cidadania”.

O democrata destacou a história do veículo como “um trabalho gigantesco, digno de ser premiado no Brasil, sobretudo pelo papel de verdadeira integração regional, de um estado que representa parcela importante da economia nacional, berço da cultura brasileira e que tem um povo sedento por informação”.

Ainda segundo o edil “a imprensa brasileira, assim como na Bahia, passa por momentos delicados com a tentativa do governo em amordaçar as principais empresas de comunicação através de cortes drásticos de anúncios. Mas a imprensa não se curvará e manterá exercendo, com veemência, sua liberdade de expressão e sua obrigação de informar a população de forma transparente os atos de qualquer governo, seja ele qual for”.

Em nome da homenageada falou o presidente do Conselho de Administração da Rede Bahia, Antônio Carlos Magalhães Júnior, que fez questão de homenagear a memória do ex-senador ACM, “grande incentivador do crescimento da TV Bahia”. Em sua opinião os avanços da emissora, hoje uma das principais afiliadas da Rede Globo, este ano completando 50 anos, está diretamente ligada aos investimentos em tecnologia, recursos humanos e conteúdo.

Pesar por morte

O falecimento do ex-vereador no município de Nazaré das Farinhas, no Recôncavo baiano, Virdálio de Senna, ocorrido na segunda-feira, 13, foi comunicado por Edvaldo Brito (PTB) na sessão ordinária de terça-feira, 14. Pai do ex-edil Téo Senna, Virdálio era irmão do ex-prefeito de Salvador, Virgildásio Senna, e foi presidente do PSDB de Nazaré das Farinhas daquela cidade.

Ana Montenegro

Hilton Coelho (Psol) lembrou o nascimento, no dia 13 de abril de 1915, em Quixeramobim (CE), de Ana Lima Carmo, mais conhecida como Ana Montenegro. “Lembramos o centenário e seu exemplo imortal na defesa dos Direitos Humanos, mesmo no exílio que durou 15 anos. Ela faleceu no dia 30 de março de 2006, mas seu exemplo de luta é imortal”.

O sobrenome Montenegro surgiu da assinatura que usava nos trabalhos jornalísticos. Apesar de ter estudado Letras e Direito na UFRJ, trabalhou nos periódicos “O Momento” e “Seiva”, ambos editados em Salvador. Teve participação na criação do jornal “Momento Feminino”, editado em 1947 pelo movimento de mulheres comunistas e colaborou com jornais cariocas, como o “Correio da Manhã” e “Imprensa Popular”.

Para Hilton Coelho, Ana Montenegro deve ser sempre lembrada “como uma mulher que doou sua vida à causa socialista. Uma defensora dos direitos dos trabalhadores e do povo, em especial o das mulheres. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz 2005, junto com mais 999 mulheres. Militante comunista desde 1944, ativista do movimento das mulheres, amante das letras, jornalista e advogada, Ana Montenegro participou de diversos movimentos sociais”.