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Tasso Franco , da redação em Salvador |
15/02/2015 às 11:55
Rui Costa e ACM Neto na saída do Ilê com Vovô e Alexandra, a rainha do bloco
Foto: Max Haack
Pelo menos no Carnaval, a paz reina na política baiana entre os dois principais líderes, o governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM). Neto já havia convidado o governador para que, com ele, participasse da abertura oficial do Carnaval, na última quinta, no Campo Grande, quando da entrega das chaves da cidade ao Rei Momo, e agora se encontra com o governador no Ilê Aiyê, ontem, no Curuzu.
Governador e prefeito são de partidos distintos e deverão se enfrentar, em 2018, na disputa ao governo do Estado. Há um sentimento, em Brasília, nos primeiros passos da Reforma Política, que estaria havendo um consenso entre os políticos, num dos pontos da reforma, que é a coincidência das eleições gerais para 2018. Se isso acontecer, os prefeitos e vereadores atuais teriam seus mandatos prorrogados até 2018 quando, então, se darão eleições gerias para presidente, Senado, governadores, prefeitos, deputados e vereadores.
Por ora, a Reforma Política está ganhando mais adeptos no Congresso com a proposta Temer do distrição - voto distrital - mas, ainda é muito cedo para saber o que acontecerá. Outros temas como financiamentos das campanhas, votos misto distrital, voto pela lista dos partidos como na Europa, tudo isso demanda enormes discussões, tanto por parte de quem está no poder maior (o Planalto, PT), como pelos demais partidos.
A SAÍDA DO ILÊ
A saída do Ilê, no Curuzu, tradicionalmente, era um evento em que comparecia o prefeito, mais do que o governador. Nos oito anos de Imbassahy na Prefeitura (1997/2004) ele foi em todas as saídas e não havia governador presente, nessa época César Borges e Paulo Souto.
"Estou muito feliz por estar aqui mais uma vez prestigiando a saída do Ilê. E mais feliz ainda por notar o reconhecimento dos moradores do Curuzu pelas realizações da Prefeitura em toda a região da Liberdade. Isso mostra que, diante de tanta diversidade, estamos trabalhando por toda Salvador", comemorou o prefeito.
O prefeito também parabenizou o bloco pela escolha do tema deste ano, chamado "Diáspora africana, Jamaica, afrodescedências". "Existe uma proximidade muito grande, cultural e até física, entre Salvador e a Jamaica. Essa conexão é cultural e histórica, e se reflete no jeito de ser dos baianos".
O relógio marcava 22h de sábado, 14, quando os tambores rufaram na Ladeira do Curuzu. Muitas pessoas se concentraram frente ao terreiro do Jitolú - casa da mãe Hilda (mãe biológica de Vovô), quando o bloco fez a saudação aos orixás.
Pombas, milho branco e cânticos iorubás marcaram o momento. A Deusa do Ébano do bloco nesse ano, Alexandra Amorim, se emocionou quando uma das aves pousou em sua cabeça.