Eleitas para a Assembleia Legislativa da Bahia e para o Congresso Nacional, as vereadoras Fabíola Mansur (PSB) e Tia Eron (PRB) fizeram um balanço de suas atuações e traçaram perspectivas de trabalho em seus novos espaços legislativos, às vésperas de iniciar os mandatos no dia 2 de fevereiro próximo.

A socialista garante continuar defendendo as bandeiras da saúde, educação, cultura e direitos humanos: “Foi enorme o aprendizado que esta Casa me deu, nesta atual conjuntura totalmente desfavorável ao crescimento das mulheres na política. É muito difícil que uma vereadora de primeiro mandato consiga galgar novas oportunidades. Espero representar bem os mais de 22 mil eleitores, que depositaram confiança em mim”.

Ela destacou a importância do trabalho desenvolvido pela Comissão em Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador, presidida nos últimos anos por Tia Eron (PRB), tendo Aladilce Souza (PCdoB) na vice-presidência.

Outros projetos apresentados por ela foram a lei que estabelece “fila zero para pessoas com deficiência nos postos de saúde de Salvador”, o Dia Municipal do Glaucoma e a luta pela implantação do Centro de Referência LGBT.

Lembrou ainda dificuldades e vitórias como legisladora e avaliou que o papel das mulheres na política é o de abrir portas para que mais representantes do sexo feminino assumam em todas as esferas de poder: “Infelizmente, as portas não estão abertas para nós. Espero que com a nossa luta, aos poucos, nós consigamos escancarar as portas e deixá-las abertas para que mais mulheres entrem e continuem encampando as batalhas que defendemos diariamente”.

Finalmente agradeceu a toda a equipe de assessores e funcionários da Câmara: “Essa Casa vai me deixar saudades. Levarei para a Assembleia Legislativa da Bahia todo o compromisso e coerência que tive nesses dois anos em que atuei na Câmara Municipal para que não sucumbamos às dificuldades que o papel de representante popular muitas vezes nos impõe”.

Ambiente político masculino

Eron disse que deixa como principais marcas a luta pelas questões de gênero, especialmente à frente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, além do trabalho comunitário, principalmente para os menos favorecidos. A republicana recordou vitórias e frustrações. Num ambiente político predominantemente masculino, fez questão de ressaltar as dificuldades que as mulheres encontram para se estabelecer.

“Eles acreditam que os espaços de poder são deles e para eles. É um ambiente extremamente machista. É um fato. Não são as mulheres que brigam pelos espaços de poder. Em meio às nossas lutas, passamos por muitas frustrações, mas com muita determinação e força, conseguimos muitos avanços”, afirma.

Entre as batalhas encampadas pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher ressaltou o enfrentamento contínuo da violência em Salvador, a luta pela implantação da Vara de Violência contra a Mulher e a Lei da Maternidade Certa, aprovada em 2010, que dispõe sobre o direito da grávida de saber com antecedência onde nascerá o filho.

A inédita sessão ordinária da Câmara, que aprovou 49 projetos para a formulação de políticas públicas voltadas para o segmento feminino, também foi relacionada por ela. A votação de projetos para as mulheres aconteceu em maio de 2014. Entre as propostas aprovadas em maio de 2014, ampliação de creches, programas de atenção à saúde da mulher com câncer de mama e notificação compulsória para os casos de violência doméstica que chegam ao serviço de saúde.

Apesar isso ela não fala em “dever cumprido”. Promete levar o trabalho que deu certo na esfera municipal para o âmbito federal. Conseguir mais orçamento para o enfrentamento da violência doméstica em Salvador é encarada como missão para a deputada federal eleita.

“A defesa dos direitos da mulher sempre estará em minha trajetória política. Reafirmo o compromisso de continuar batalhando pelo povo e ouvindo a população para saber quais são as suas reais necessidades. Prometo seguir comendo do prato da democracia e fazer desta prática um verdadeiro banquete em meu mandato”, declarou.