Portas arrombadas, equipamentos danificados, muito lixo e mato é o que resta da Cozinha Comunitária entregue pronta e equipada pela ex-prefeita Moema Gramacho a atual gestão, em dezembro de 2012. O equipamento, construído com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome da ordem de R$394.298,81, deveria produzir 5 mil refeições mês para atender nutrizes, idosos, acamados e crianças moradores do Loteamento Leila Diniz, na Chácara Thaiti, em Itinga, e adjacências. A gestão anterior já havia, inclusive, selecionado em concurso público os profissionais que atuariam no equipamento.

A denúncia repercutiu na Câmara Municipal de Lauro de Freitas na sessão desta quinta-feira, depois do pronunciamento da vereadora Naide Brito (PT), que esteve no local e comprovou o abandono. “Trago essa denúncia com muita tristeza. Vi a indignação da comunidade, que inclusive diz que o local virou ponto de uso de drogas. Lauro de Freitas já foi referência para o MDS em políticas de segurança alimentar e a Cozinha de Itinga era parte desse sistema, orgulho da sua população. O descaso com recursos públicos é um crime, mais anda quando priva a comunidade de seus benefícios”.

Em outubro do ano passado  a vereadora já havia denunciado no plenário o atraso no funcionamento da Cozinha Comunitária. Em resposta, a Prefeitura emitiu nota de esclarecimento em que atestava ter recebido o equipamento pronto: faltava apenas instalar o exaustor, relatório fotográfico da vistoria da Vigilância Sanitária e identidade visual, pendências que, segundo a nota, já tinham sido sanadas e a Prefeitura, naquele momento, concluía licitação para contratação da empresa que ia administrar a unidade.

“Já solicitei explicações da Prefeitura, mas qualquer que seja a resposta nada justifica a prática adotada pela gestor atual de abandonar o que recebeu pronto da gestão anterior. Temos um bom efetivo de guarda municipal, com atribuição de proteger o patrimônio público. Qual a razão de não ter sido destacada para proteger esse e outros equipamentos?”. A vereadora está encaminhando a denúncia ao Ministério Público, Tribunal de Contas dos Municípios, Controladoria Geral da União e ao MDS para que sejam adotadas as providências cabíveis.