Política

VEREADORES fazem festa para o título de patrimônio nacional da Lavagem

Todos tentaram se destacar em meio à multidão dos possíveis candidatos ao pleitol de outubro
| 16/01/2014 às 19:57
Vereadores e o prefeito participam do cortejo
Foto: Antonio Queirós

De acordo com o anunciado os vereadores de Salvador participaram da Lavagem do Bonfim, uma das maiores vitrines políticas do Estado, especialmente neste ano eleitoral. Para o presidente da CMS, Paulo Câmara (PSDB), a presença na festa teve o primeiro objetivo de “agradecer pelo primeiro ano de gestão em 2013 e renovar a fé e esperança. Viemos, também, pedir a proteção do Senhor do Bonfim para que a Câmara possa continuar realizando um bom papel”. Ele destacou ainda a importância da parceria com a Prefeitura de Salvador, “votando projetos importantes para os cidadãos. É isso que está fazendo com que a cidade se recupere”.

O tucano acompanhou o prefeito ACM Neto durante toda a caminhada e demonstrou satisfação pela recepção da população em relação às ações realizadas pelo legislativo: “A Câmara, em 2013, bateu todos os recordes administrativos: voto aberto, valorização dos servidores e transparência. Vamos continuar primando pela transparência. Se o Nosso Senhor do Bonfim ajudar, a TV Câmara estará em sinal aberto ainda no primeiro semestre. A população vai poder acompanhar de perto o trabalho de cada vereador de Salvador”.

Ele comemorou ainda o título de Patrimônio Nacional Imaterial, concedido para o festejo: “Hoje é um dia diferente para todos nós com este título que engrandece ainda mais a Festa do Senhor do Bonfim, uma festa que completa 269 anos”. Em sua opinião esse reconhecimento representa também “a fé de todos os brasileiros”.

Devoção nas ruas

Na visão do prefeito a festa é “um momento especial em que o povo baiano vai às ruas para renovar a fé e reforçar a devoção”. Sobre o tombamento, frisou que fortalece cada vez mais o caráter plural por conta do peso brasileiro que passa a ser dado, além da grandeza da festa em si, “que é a devoção nas ruas da cidade”.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, também falou sobre o título: “A Festa do Bonfim é um símbolo para todo o Brasil e para o mundo, pois representa congraçamento, democracia, amor e paz”.

O petista Waldir Pires considerou a Festa a mais bonita da Bahia, não esquecendo a independência baiana: “Nós temos duas grandes festas, a do Bonfim, da religiosidade do povo baiano, do seu amor pela Bahia, e depois nós temos o 2 de Julho. São duas grandes festas que não existem iguais no Brasil, na dimensão do amor do nosso povo”.

Arnando Lessa (PT) considerou a decisão como o prosseguimento de um trabalho do Ministério da Cultura e do Governo do Estado da Bahia: “Primeiro foi o tombamento da capoeira, que é também um marco histórico e cultural, e agora a Lavagem do Bonfim, que é oficializada”. Trata-se, a seu ver, “uma conquista da cidade e do seu povo, que participa ano a ano da festa cívico-religiosa”.

Gerações futuras

Claudio Tinoco (DEM) lembrou que já dialogava com o Iphan quando atuava na Salvador Turismo: “Já tínhamos esta visão de que estas manifestações culturais, populares e que misturam atos de fé e religiosidade, aqui na Bahia, com toda a sua miscigenação e o seu sincretismo, deveria estar registrado, pois estas manifestações seculares têm que ter registros para as gerações futuras”.

Para Toinho Carolino (PTN) já era tempo de o tombamento acontecer: “O povo merece. A pluralidade de nossa cultura faz com que a Festa do Bonfim seja a única festa de manifestação popular onde todos participam juntos, sem discriminação”.

Leo Prates (DEM) considerou a decisão como “uma alegria para todos os baianos” e “fundamental para a preservação da tradição de festa e da Igreja do Bonfim e do seu entorno”, tendo indicado ao $Governo da Bahia e à Prefeitura a requalificação desses espaços públicos.

Veio tarde

Na opinião de Duda Sanches (PSD) o tombamento foi tardio: “A festa já é legitimada pelo povo e pela tradição secular. Percebi um longo atraso neste tombamento. Isto é algo para ser refletido por todos, sobretudo nos processos de tombamentos de outras festas populares da Bahia”.

De acordo com Marcell Moraes (PV), “é um título que já era para ser dado à Festa do Bonfim, que é cultura popular viva” e apontou a evolução da festa com a proibição da participação de animais.

Alberto Braga (PSC) considerou a imaterialidade conquistada como algo bastante positivo para a cultura baiana no contexto nacional: “A festa tradicional do Bonfim está cada vez melhor, cada vez mais preservada, e todos que estão aqui demonstram a sua fé”.

Além do título nacional Tiago Correia (PTN) defendeu o reconhecimento internacional da festa. Ele indicou ao prefeito que “a temporada de caminhada ao Bonfim, a partir da última sexta-feira do ano, seja incluída no calendário municipal, culminando com o dia da lavagem das escadarias da igreja”.

Sem sofrimento

Segundo Ana Rita Tavares (Pros) “antes se valorizava muito o material e hoje o imaterial, que é a parte cultural da festa que está legalizada neste sentido”. Ela também falou da proibição dos animais: “Desde 2011 lutamos na proteção dos animais e hoje podemos ver uma paisagem sem sofrimento”.

J. Carlos Filho (PT) e seu pai, deputado J. Carlos (PT) participaram de um grupo indentificado com a camisa oficial do Partido para a data festiva; nas costas a frase: Amigos de J. Carlos.

Para o parlamentar “esta é uma grande data o calendário baiano, onde a fé e as tradições religiosas, se misturam a alegria da população e dos visitantes. Além de nos proporcionar a caminhar junto à população ouvindo seus anseios”.

O edil considerou a festa tradicional marcada pela fé dos soteropolitanos: “Hoje é dia de pedir proteção ao Senhor do Bonfim para o ano de 2014, mais um ano de muito trabalho”.