A campanha eleitoral ainda não começou oficialmente, mas os políticos já se movimentam em busca da simpatia dos eleitores. A vereadora Ana Rita Tavares (Pros), pré-candidata a deputada estadual, dá dimensão estadual à sua condição de ativista pelos direitos dos animais e tem visitado outras cidades dentro de sua esfera de militância.
Na última terça-feira, 3, ela esteve em São Sebastião do Passé (60 km de Salvador), a pedido do Abrigo e Recanto Grandes Amigos, que mantém mais de 300 animais recolhidos nas ruas. Com um custo mensal de cerca de R$ 10 mil e sem receber recursos da prefeitura, a presidente Margareth Brito pediu auxílio à edil soteropolitana. Acompanhadas do presidente da União das Entidades Protetoras dos Animais da Bahia (Unimais), Carlos Ferrer, e da protetora Fátima Almeida, se reuniram com o prefeito Jansen Mesquita (PMDB) para pleitear convênio para entidade.
Ana Rita argumentou com o gestor sobre a imagem positiva passada por prefeituras que adotem práticas ambientalmente responsáveis, o que inclui o controle populacional de cães e gatos, além da guarda responsável destes e de cavalos, problemas comuns em cidades da capital e interior.
Ela fez conexão com o respeito à vida dos animais com a educação, como aconteceu no município de Catu, onde houve a redução de infrações cometidas por adolescentes naquele município, após um trabalho feito nas escolas pela ONG Terra Verde Viva.
Mesmo alegando falta de recursos, originadas, segundo ele, pelo gestor anterior, que havia deixado uma dívida de 15 milhões e salários de servidores atrasados, Mesquita revelou ser um apoiador da causa. "Sou muito simpático com à proteção dos animais, mas meu filho é mais sensível que eu. Em viagem ao Rio com a minha família, ele chegou ao ponto de deixar um celular ligado aqui para que o nosso cão ouvisse a sua voz e não ficasse triste", contou.
O prefeito disse ainda ter se comprometido a fornecer alimentação para os animais ou material de limpeza, mas deixou clara a sua prioridade com a saúde da população e a segurança, que o governo não supre. “Contamos apenas com dois médicos e 11 policiais”, reclama Mesquita.
Da reunião, ficou acertado que serão providenciados o título de utilidade pública para o abrigo, quesito importante para direcionamento de verbas do município, e o encaminhamento de projetos a empresas da região para a captação de recursos que subsidiem a entidade. “Margareth Brito desenvolve um trabalho que diz respeito à saúde pública, prevenção à violência e educação, obrigações do poder público. Por isso, é necessário que a administração municipal virem os olhos para o abrigo e o apoio com o necessário”, convoca Ana Rita.