O que tem tudo pra dar certo sempre dá? Na Câmara de Salvador não. Estava tudo acertado para aprovar, na tarde desta quarta-feira, 9, o projeto do Executivo concedendo isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) para as obras de implantação do metrô, mas uma alíquota de 2% para a fase de operação do sistema, mas cadê o quórum?
Todos os pronunciamentos eram favoráveis à matéria, com exceção de Ana Rita Tavares (PROS) e Hilton Coelho (PSOL), ambos declaradamente contra a renúncia fiscal. Vereadores de 10 partidos, tanto da situação quanto da oposição, dizendo sim à proposta. O DEM já havia anunciado fechamento de questão nesse sentido e as comissões de Constituição e Justiça, Orçamento e Finanças e Transporte aprovaram o texto por unanimidade.
Mas na hora de contar as presenças, apesar dos nomes aparecerem no painel eletrônico, sumiram do plenário David Rios e Cátia Rodrigues (PROS), Carlos Muniz, Kiki Bispo, Toinho Carolino e Alan Castro (PTN), Alberto Braga (PSC), Tia Eron e Luis Carlos (PRB), Marcell Moraes (PV), Odiosvaldo Vigas (PDT), Soldado Prisco (PSDB), Isnard Araújo (PR) e Alfredo Mangueira (PMDB). Ana Rita não foi à CMS e Mangueira não estava se sentindo bem e foi para casa. Feitos os cálculos só havia 25 legisladores, quatro a menos para os dois terços exigidos para levar o processo adiante.
Nos bastidores os edis comentavam, em off, a existência de um descontentamento de colegas da base governista municipal com o governador Jaques Wagner, que não os estaria recebendo nem atendendo seus pleitos.
Decepcionado, o presidente Paulo Câmara (PSDB) rejeitava a afirmação de alguns, como Henrique Carballal (PT), sobre uma alegada precipitação no encaminhamento da votação: “Precipitação como, se o projeto está na Casa desde maio? Na verdade, já passou até do tempo de nós decidirmos o assunto”.
O líder situacionista Joceval Rodrigues (PPS) tentou explicar o fracasso como parte do processo político que envolve as votações na Câmara, mas ficou explícito a falta de um acordo fechado a respeito da matéria.